O tecido adiposo, ou seja, a gordura corporal, não é um simples depósito de células capazes de guardar a gordura para ser usada quando necessário. Diversos estudos já mostraram que esse tecido é formado por diversas células, que podem produzir hormônios e mediar reações químicas no organismo humano.
Essa descoberta foi fundamental para relacionar uma das causas do câncer de mama. Isso porque um dos principais hormônios produzidos pelo tecido gorduroso é o estrógeno, hormônio intimamente ligado a alguns tipos de câncer de mama. Durante a vida fértil, o hormônio tem sua produção equilibrada e é feita pelos ovários. Já na menopausa, há uma queda nos níveis do estrógeno, que param de ser produzidos nos órgãos sexuais femininos.
Porém, quando a mulher está acima do peso, neste período, o tecido adiposo se encarrega de produzir o estrógeno, que em excesso, pode provocar a multiplicação celular do tecido mamário, causando o câncer. Estima-se que as mulheres obesas têm 20% de chances a mais de desenvolver o câncer de mama no período logo após a menopausa quando comparadas com as que se encontram dentro da faixa normal de peso
Vale lembrar que o câncer de mama é o tumor de maior mortalidade entre as mulheres hoje no mundo ocidental. No Oriente e na África há muito menos casos. Isso também pode ser atribuído ao fato de que os índices de obesidade são menores nestes locais.
O assunto ainda causa polêmica no universo científico. Vários estudos foram feitos. Um deles, realizado com 350 mil mulheres, mostrou que a probabilidade de desenvolver o câncer de mama aumenta nas mulheres com o índice de massa corpórea (IMC) maior. Outro estudo, realizado na Dinamarca, considerado o maior do mundo, acompanhou 18.967 pacientes de câncer de mama e constatou que mulheres na menopausa, com IMC maior que 30, apresentaram tumores maiores, mais agressivos e com comprometimento mais extenso dos linfonodos da axila.
Além disso, o risco de metástases em órgãos distantes teve relação direta com o ganho de peso: 10 anos após a cirurgia, mulheres acima do peso apresentaram mortalidade 46% maior quando comparadas às mulheres com peso normal.
A obesidade é maléfica à saúde como um todo. Por isso, além de manter o peso em qualquer situação, desde a juventude, as mulheres na menopausa devem redobrar os cuidados quando o assunto é a balança. O ideal é manter o IMC sempre abaixo de 25.
Não podemos nos esquecer dos outros fatores de risco para o câncer de mama como o sedentarismo, o tabagismo e o consumo de bebida alcoólica. Você sabia que ao largar o cigarro e a bebida, praticar atividade física regularmente e adotar uma dieta saudável pode reduzir em até 50% a incidência do câncer de mama? Sem contar os outros benefícios à saúde que bons hábitos trazem.
E claro, por último, mas não menos importante, é importante realizar o autoexame das mamas e consultar seu médico, periodicamente. A realização da mamografia, exame que pode detectar precocemente o câncer de mama, deve ser feita a partir dos 40 anos de idade.