A gravidez e o câncer de mama têm muitos aspectos em comum, apesar de representarem momentos muito diferentes na vida de uma mulher. Entender como a fertilidade é impactada pelo câncer de mama é importante tanto para mulheres sadias, quanto para aquelas que pretendem ter um filho após o diagnóstico de um câncer de mama.
A gestação é um momento de alteração de vários hormônios no corpo do mulher. Entretanto, o fator que pode aumentar o risco de desenvolver um câncer de mama está relacionado com a idade e com o número de filhos, além dos fatores genéticos, ambientais e emocionais.
Recente pesquisa revelou que mulheres que têm filhos em idade avançada correm mais risco de desenvolver câncer de mama. O estudo mostrou que as mulheres que dão à luz com mais de 30 anos correm um risco 63% maior de ter a doença do que aquelas que se tornam mães aos 22 anos. Por sua vez, o risco de desenvolver um câncer de mama depois da menopausa é 35% maior. Outra conclusão da pesquisa é que as mulheres que começam a menstruar mais tarde correm menos perigo de desenvolver câncer nas fases mais avançados de suas vidas.
Uma das explicações da relação da idade da gravidez e o risco aumentado do câncer de mama é que as células das mamas crescem rapidamente e isso eleva a chance de uma multiplicação anormal, que pode causar um dano genético, que mais tarde pode se tornar um tumor mamário. Nas mulheres com mais de 35 anos, essa mutação celular é mais comum.
Os médicos especialistas são unânimes em afirmar que quanto mais cedo e mais filhos uma mulher tem, menores os riscos do surgimento do câncer de mama. Depois do primeiro filho, cada parto reduz ainda mais as chances. Por outro lado, mulheres que nunca foram mães, têm um risco ligeiramente maior de desenvolver o câncer de mama.
A amamentação é outro fator de proteção quando falamos em câncer de mama: quanto maior o tempo maior o benefício, tanto para a saúde da mãe quanto para a do filho.
Gravidez depois do câncer de mama
A relação entre gravidez e câncer de mama é uma preocupação recente da medicina. É que até 20 anos atrás, um caso de câncer de mama em uma mulher jovem era extremamente raro. Além disso, as mulheres tinham filhos mais cedo, por volta dos 20 anos. Hoje, as mulheres escolhem esperar para ter filhos, depois dos 30, e a doença está aparecendo cada vez mais cedo. Hoje, cerca de 10% de todos os casos de câncer de mama no Brasil são na faixa dos 30 anos de idade.
O ideal é conversar com o médico antes de iniciar o tratamento, principalmente quando for necessário fazer quimioterapia e radioterapia.
A relação entre os riscos de câncer de mama e a saúde reprodutiva é bastante complexa e objeto de diversos estudos científicos. O entendimento contínuo dessa relação é fundamental para a saúde e bem-estar das mulheres portadoras ou não do câncer de mama.