O câncer de mama não é mais exclusividade de pacientes mais velhas. Apesar de ser menos comum em mulheres com menos de 40 anos de idade, a incidência de casos de câncer de mama em mulheres jovens vem crescendo nos últimos anos, apresentando dados alarmantes, que demandam novos cuidados e conceitos, tanto em diagnóstico quanto em tratamentos.
Dados divulgados pelo Instituto Nacional do Câncer (INCA) mostram que o número de diagnósticos em pacientes com idade inferior a 40 anos aumentou de 3 a 17% nos últimos anos. Já o Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (ICESP) fez um levantamento durante três anos e concluiu que entre todas as mulheres que passaram pelo hospital para o tratamento de câncer de mama, cerca de 2573 pacientes, 15% tinham menos de 45 anos de idade.
Essa mudança no perfil das pacientes com câncer de mama deve-se a combinação de dois fatores importantes. O primeiro deriva de um aumento real na ocorrência de casos da doença nas mulheres em idade reprodutiva e também ao crescimento do diagnóstico que, felizmente, acontece cada mais cedo, elevando a taxa de cura.
No entanto, é evidente que o aumento de casos de câncer de mama em mulheres mais jovens gera preocupações. Um dos principais fatores que demanda atenção, tanto dos médicos, quanto das pacientes, é o fato de que a detecção do tumor de mama em mulheres mais jovens é mais difícil.
As mulheres em idade reprodutiva ainda não estão na fase em que exames diagnósticos preventivos são feitos rotineiramente. Mesmo em casos nos quais a mamografia é realizada, a percepção de um tumor é mais difícil, pelas próprias características das mamas de mulheres jovens, que, em geral, têm mais tecidos glandulares e pouca gordura, dificultando, assim, um diagnóstico precoce.
Um método complementar ao exame físico, realizado pelo médico, indicado para pacientes mais jovens é o ultrassom de mamas, que pode detectar alterações.
O diagnóstico precoce de câncer de mama em mulheres em idade reprodutiva é importante, pois a ocorrência de tumores nas mamas nessa faixa etária costuma evoluir de modo mais agressivo. Geralmente, a taxa de crescimento e o risco de metástase são maiores.
No entanto, seja ou não em mulheres jovens, o câncer de mama é uma doença que ainda assusta, preocupa e demanda prevenção. A doença é a principal causa de morte por câncer entre a população feminina de 39 a 58 anos no mundo. No Brasil, as regiões Sul e Sudeste concentram a maior quantidade de diagnósticos da doença.
O câncer de mama ainda não tem uma causa específica, no entanto, é preciso ficar atento aos fatores de risco como histórico familiar, presença de alterações genéticas e, inclusive, o ritmo de vida acelerado, vivenciado pela maioria das mulheres atualmente.
Portanto, é cada vez mais importante tomar cuidados preventivos básicos e simples para qualquer idade: realizar mensalmente o autoexame das mamas, adquirir hábitos saudáveis no dia a dia e fazer consultas médicas regularmente.