A crioablação, que é a destruição de células cancerígenas por meio de congelamento, mostra indicações de eficácia no tratamento de mulheres com câncer de mama de baixo risco de recorrência. Essa foi a conclusão de uma pesquisa apresentada em reunião da Sociedade de Radiologia da América do Norte (RSNA, na sigla em inglês).
Liderado pelo radiologista Kenneth R. Tomkovich, da Princeton Radiology e da CentraState Medical Center, em Freehold, New Jersey, o estudo analisou a crioablação em mulheres com 60 anos ou mais com câncer de mama em estágio inicial e de baixo risco. De acordo com os pesquisadores, nos quatro anos do estudo, houve apenas um caso de recidiva de câncer em 180 pacientes.
O que é a crioablação?
A crioablação, também conhecida como crioterapia, é um método já usado para tratar câncer de pulmão e de rim. Ainda não é considerado um tratamento padrão para câncer de mama. Mas, os pesquisadores americanos estudam a crioablação como principal método para tratar câncer na mama sem mastectomia cirúrgica em 18 centros dos Estados Unidos desde 2014.
De acordo com a Sociedade de Radiologia da América do Norte, o procedimento começa com a introdução de uma sonda no tumor através de uma incisão pequena enquanto o paciente está sob anestesia local. A sonda é guiada por ultrassom e imagens de mamografia. Quando a sonda está no lugar correto, o nitrogênio líquido é introduzido. Assim, acontecem ciclos de congelamento para destruir as células cancerígenas. Segundo a RSNA, o procedimento leva cerca de uma hora.
Resultados promissores
No estudo, os pacientes são rastreados para determinar as taxas de recorrência em seis meses, 12 meses e depois anualmente por cinco anos. Atualmente, os pesquisadores têm dados de acompanhamento de três anos em cerca de 20 pacientes e dados de mais de 75 pacientes com acompanhamento durante dois anos. Os resultados preliminares foram promissores. Apenas um paciente apresentou recorrência, dando ao procedimento uma taxa de sucesso de 99,4% até o momento.
Os resultados finais do estudo serão publicados quando dados de acompanhamento de cinco anos estiverem disponíveis. Segundo os pesquisadores, essa pode ser uma alternativa eficaz para algumas mulheres com câncer de mama. Mas é importante lembrar que o tratamento é individualizado de acordo com as necessidades do paciente e características do tumor.
Crioablação no Brasil
O Dr. Silvio Bromberg é coordenador de um projeto de crioablação em tumores iniciais de mama no Brasil. Esse estudo será realizado no Hospital Israelita Albert Einstein, em parceria com a UNIFESP, e deve começar em março de 2019. Nesta pesquisa, serão analisados pacientes com tumor maligno de mama com até 2cm de diâmetro e a efetividade da crioablação.
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