Uma pesquisa publicada pelo Journal of Oncology Practice diz que 21% dos pacientes com câncer de mama em estágio inicial descontinuaram a consulta com oncologistas e cirurgiões nos cinco anos após o diagnóstico. Este estudo, realizado nos Estados Unidos, ressalta a importância de obter o melhor atendimento contínuo e viver sua melhor vida.
Embora existam diferenças nas recomendações em estágio inicial entre as instituições, todas as organizações recomendam cuidados de acompanhamento por pelo menos 5 anos após o diagnóstico.
Como o estudo foi realizado?
Os pesquisadores analisaram dados do SEER Medicare, que é um grande banco de dados de casos de câncer dos Estados Unidos e mantido pelo Instituto Nacional de Saúde. As informações de 30.053 mulheres com 65 anos ou mais foram verificadas. Todas tinham sido diagnosticadas com câncer de mama em estágio I ou II e realizaram mastectomia entre 2002 e 2007.
No primeiro ano após o diagnóstico, os pesquisadores descobriram que:
- 85,8% das mulheres consultaram um médico oncologista, além de um cirurgião;
- 71,9% viram um radio-oncologista e um cirurgião;
- 66% consultaram os três tipos de médicos.
Porém, ao longo dos anos, muitas deixaram de consultar estes médicos. Durante os cinco anos após o diagnóstico, 6.302 mulheres (21%) deixaram de visitar um cirurgião, um oncologista e um radio-oncologista.
Por que interrompem o tratamento?
Os pesquisadores notaram que eles não foram capazes de determinar os motivos pelos quais as pacientes interromperam o acompanhamento. “É difícil distinguir se os pacientes não foram aconselhados a seguir com outros provedores ou se interromperam o acompanhamento por vontade própria”, afirma o estudo.
Mas foi possível ver que as mulheres mais propensas a deixar o acompanhamento eram mais velhas e tinham tumores negativos para receptores hormonais. Segundo o estudo, “a coordenação dos cuidados de acompanhamento entre especialistas em oncologia pode reduzir as taxas de descontinuação e aumentar a eficiência clínica”.
Recomendações e cuidados após o câncer de mama
Os autores do estudo reforçam a importância de manter o acompanhamento mesmo ao fim do tratamento do câncer de mama inicial. É durante as consultas que se torna possível avaliar recorrências, detectar outros tumores primários e se certificar de outros cuidados que ajudam a contribuir para uma melhor qualidade de vida após a descoberta do câncer.