Em 2006, cientistas do Johns Hopkins Kimmel Cancer Center, em Baltimore (Estados Unidos), anunciaram a decifração do código genético do câncer de mama. Isso abriu, desde então, caminho para o desenvolvimento de terapias personalizadas para a doença. Foram descobertos mais de 189 genes que sofreram mutação e se transformaram em um tumor de mama. Além da quantidade, os cientistas descobriram que os tipos de tumor eram muito diferentes entre si.
Esta descoberta foi vital e mostrou à classe médica que nem todas as mulheres respondem ao tratamento da mesma maneira. Isso abriu portas para as pesquisas sobre as terapias-alvo, os biomarcadores e outras ferramentas úteis no combate ao câncer de mama.
Uma delas é o Oncotype DX, um teste genético que avalia 21 genes relacionados com o crescimento e com a disseminação do câncer de mama. Atualmente, o exame é indicado para pacientes que apresentam tumores com receptores de estrógeno positivos. Este tipo de tumor acontece quando há uma multiplicação celular anormal nas glândulas mamárias, incentivada pelo estrógeno.
O principal objetivo do teste é dar o prognóstico do risco da recidiva e a necessidade ou não do tratamento quimioterápico. Quando o Oncotype DX revela que o tumor possui risco baixo de voltar, a quimioterapia pode deixar de ser realizada.
Em mais de 35% dos casos, o resultado do Oncotype DX permite alterar a conduta médica previamente estabelecida. Portanto, o teste é de extrema importância porque 17evita a quimioterapia em mulheres nas quais o benefício previsto é mínimo ou inexistente, tanto pela toxicidade quanto pelo próprio custo do tratamento.
Vale lembrar que o teste ainda não é feito no Brasil, porém alguns laboratórios contam com parcerias para a realização do exame nos Estados Unidos.
O segredo genético
Recentemente, cientistas do Canadá e do Reino Unido descobriram, após analisar mais de 2 mil tumores de mama, mais dez novas categorias de câncer de mama. De acordo com os pesquisadores, as diferenças entre os tipos de tumor eram tão grandes que poderiam ser classificadas como doenças totalmente distintas.
Esta é mais uma prova, de que, no futuro, o tratamento do câncer de mama será totalmente baseado nos marcadores genéticos, além de ajudar a explicar porque mulheres com o mesmo tipo de tumor, tratadas da mesma maneira, respondem de maneira diferente ao mesmo tratamento.
Sem dúvidas o avanço no diagnóstico e no tratamento do câncer de mama têm ajudado milhares de mulheres, ao redor do mundo, a lutar contra a doença. Em um futuro próximo, podemos esperar novos testes, confiáveis e acessíveis, que possam ajudar os médicos a tratar, de maneira personalizada, suas pacientes, oferecendo mais segurança e qualidade de vida.
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A tecnologia nos surpriende cada dia.e os cientistas abauxo de Deus