Linfonodos e câncer de mama podem ter relação direta. Isso se dá pelo fato de que, à medida que a doença avança ela é capaz de atingir essas estruturas do organismo. Não por menos, é normal que esse assunto suscite uma série de dúvidas entre as pacientes. Algumas das principais questões são aquelas que tratam sobre a necessidade de remoção dos linfonodos.
Por isso, em pacientes diagnosticadas com tumores na mama, acompanhar o status dos linfonodos fornece informações valiosas sobre a progressão da doença e a efetividade dos tratamentos introduzidos. Logo, é essencial ter um panorama sobre de que forma essas estruturas do organismo podem ser atingidas pela progressão do tumor.
A função dos linfonodos dentro do organismo
Os linfonodos, também conhecidos como gânglios linfáticos ou mesmo ínguas (quando inchados), são pequenos órgãos compostos por tecidos linfoides presentes em diversos lugares no corpo humano. Entre as regiões em que eles estão mais presentes são as axilas e as virilhas.
Os linfonodos atuam principalmente na defesa do organismo e produzem anticorpos. Eles também são responsáveis por filtrar a linfa, líquido transparente que circula pelo sistema linfático.
A linfa é mais abundante que o sangue e é responsável por eliminar impurezas que as células produzem. Cada grupo de linfonodos é responsável por drenar uma parte do corpo. Ou seja, aqueles localizados nas axilas, por exemplo, drenam as mamas e os braços. Essa área conta com, em média, de 20 a 40 linfonodos.
Quando um vírus ou uma bactéria invade o organismo, ele é barrado ao passar por um linfonodo. Com isso, as células de defesa do organismo, os linfócitos, começam a se multiplicar, levando ao aumento dos linfonodos, condição popularmente conhecida como íngua. Por isso é comum que uma série de quadros infecciosos tenham como sintoma esse tipo de manifestação, uma vez que ela é resultado da ação dos mecanismos de defesa de proteção do organismo.
Linfonodos e câncer de mama: o que essa relação indica
A partir do momento em que um tumor na mama se dissemina pelos canais do sistema linfático, é possível que as células cancerígenas atinjam os linfonodos axilares em algum momento da evolução da doença.
A presença de células cancerígenas nos linfonodos pode predispor a paciente a uma chance maior de que o câncer atinja um estágio metastático. É por isso que os médicos estão sempre atentos a esse ponto durante o tratamento de um tumor na mama.
Além disso, o comprometimento ou não dos linfonodos é parte essencial do estadiamento do tumor. Portanto, em tese, quanto maior o número de linfonodos afetados, pior tende a ser o quadro. Do mesmo modo, quanto maior o tumor, maiores as chances de ele já ter progredido a ponto de comprometer um ou mais linfonodos. Todas essas informações são relevantes para que o médico determine qual a melhor opção de tratamento para combater o tumor.
Em geral, em um primeiro momento é possível avaliar o grau de comprometimento dos linfonodos por meio de biópsias com agulha filha (chamadas de PAAF) ou de core biopsias, associadas ou não a ultrassonografias.
Em outros casos, a biópsia dos chamados linfonodos sentinelas é um recurso valioso. Nesse procedimento, o cirurgião remove o linfonodo mais próximo ao tumor, identificando-o por meio da aplicação de um contraste radioativo (ou seja, um tipo de “corante” injetado previamente no organismo). A partir disso, o material coletado é enviado para análise capaz de identificar a presença de células cancerígenas.
Na maior parte dos casos, esse procedimento é feito em conjunto com a cirurgia de remoção do tumor. Assim, é comum que ele seja indicado para pacientes com tumores localizados em estágios iniciais e que eventualmente já tenham recebido outra terapia neoadjuvante (como a quimioterapia, por exemplo).
As cirurgias de remoção de linfonodos axilares
Com o resultado da biópsia do linfonodo sentinela em mãos, o médico pode indicar a remoção do ou não de outros linfonodos. Esse procedimento é conhecido como esvaziamento axilar.
Por muito tempo, havia a ideia de que quanto maior o número de linfonodos removidos, menor seria o risco de que a doença se espalhasse. Contudo, com o tempo percebeu-se que esse raciocínio não fazia muito sentido, uma vez que o tumor já poderia ter se espalhado sem necessariamente ter afetado os linfonodos. Hoje essa opção é feita sempre ponderando uma série de fatores.
Se a decisão pelo esvaziamento axilar for tomada, a cirurgia tende a remover entre 10 e 40 linfonodos (embora a média seja de 20). Posteriormente, esse material é analisado pelo médico patologista para saber se eles já haviam sido atingidos por um tumor. Seja como for, a remoção dos linfonodos pode ser feita em paralelo com a mastectomia ou a cirurgia conservadora para remoção do tumor.
No período pós-cirurgia, a paciente é orientada a seguir algumas recomendações para acelerar a recuperação e evitar complicações. Entre elas estão o cuidado com o dreno e a movimentação adequada do braço do lado operado. O surgimento de linfedemas é um problema comum em mulheres submetidas a tal procedimento, ainda que eles possam ser manejados com as medidas apropriadas.
De maneira complementar, o médico pode prescrever tratamentos adicionais (como sessões de quimioterapia ou radioterapia e terapias hormonais) para conter a progressão do tumor e reduzir a chance de recidivas. Assim, compreender a relação entre linfonodos e câncer de mama é fundamental para acompanhar a evolução da doença e determinar as melhores intervenções para que a doença seja controlada.
Para saber mais sobre a progressão de um câncer metastático e o que isso representa, confira o conteúdo disponível aqui.
5 Comments
Fiz a mamografia e acusou linfonodos das axilas, é caso de cirurgia?
Olá, Sueli, tudo bem? Cada caso precisa ser analisado individualmente de forma personalizada em consulta. Precisaria ver exames, saber histórico de saúde e outros fatores para indicar o tratamento adequado. Abraço
minha axila esquerda esta um pouco aumentada
o que pode ser?
Olá, Larissa, tudo bem? Para saber o que está causando o aumento da axila, precisaria analisar a paciente, ver exames, entre outros fatores que precisaria avaliar. Apenas assim conseguiria realizar um diagnóstico adequado.
Eu tenho linfonodos na axila esquerda a 1 ano… Minha médica indicou uma biópsia só que não foi feita por causa do br1