Foi apresentado durante o ASCO 2014, maior congresso sobre todos os tipos de câncer do mundo, um estudo que avaliou cerca de 80 mil mulheres com câncer de mama. O estudo analisou a relação da obesidade com o risco de morte.
De acordo com os pesquisadores, mulheres jovens, na pré-menopausa, que tiveram câncer de mama positivo para receptores hormonais, têm um risco um terço maior de morrerem. Já nas mulheres na pós-menopausa, surpreendentemente, o efeito da obesidade é pequeno, assim como nas mulheres com tumores negativos para receptores hormonais.
Outros estudos já haviam mostrado a relação da obesidade com os tumores positivos para receptores hormonais, porém foram estudos feitos com um número pequeno de pacientes. Os achados, entretanto, foram surpreendentes e opostos ao esperado pelos pesquisadores.
Embora haja uma associação entre a obesidade e o risco de morte aumentado em uma população específica com câncer de mama, não prova a ligação entre a causa e o efeito. Um número crescente de estudos apontou uma associação negativa entre estar acima do peso ou obeso e o câncer de mama.
Uma análise retrospectiva recente, de três estudos clínicos, mostrou que mulheres que estão acima do peso ou obesas no momento do diagnóstico do tumor positivo pra receptores hormonais têm um risco aumentado de ir a óbito, mesmo recebendo o melhor tratamento. O efeito foi observado em mulheres na pré e na pós-menopausa.
O mais importante é destacar que todas as mulheres precisam ser aconselhadas sobre a questão do peso e sobre adotar um estilo de vida saudável. Além disso, uma grande análise retrospectiva mostrou que a obesidade pode ser um fator prognóstico independente para mortalidade e para metástases distantes, depois de um diagnóstico de câncer de mama. A terapia coadjuvante, em mulheres obesas, também aparenta ser menos efetiva, em longo prazo.
Vale ressaltar que a obesidade é uma candidata a substituir o tabagismo na liderança dos fatores de risco globais modificáveis para desenvolver um câncer de mama. Os dados desse estudo são importantes, mas não são novos, portanto não devem mudar a prática clínica, uma vez que a obesidade está ligada a uma ampla gama de efeitos prejudiciais para a saúde.
Mesmo que esse estudo tenha achado um risco aumentado de morte entre mulheres jovens com câncer de mama positivo para receptores hormonais, não significa que as mulheres mais jovens são o único grupo que precisa ser orientado sobre estar acima do peso. Na verdade, todas as pessoas precisam cuidar do peso e adotar um estilo de vida mais saudável.
Portanto, mais uma vez, a obesidade se mostra inimiga da saúde da mulher! Na menopausa ou fora dela, o importante é sempre manter o peso ideal, uma alimentação saudável e praticar atividade física todos os dias.
Lembre-se: sua saúde só depende de você! Cuide-se!