Mesmo após décadas de progresso no diagnóstico e tratamento do câncer de mama, ele ainda é a neoplasia mais comum e letal em mulheres. E o que é mais intrigante: a incidência de câncer de mama deve subir 47% até 2040 e ocorrer com mais frequência em mulheres mais jovens, segundo projeções da Organização Mundial de Saúde.
Com esse cenário em vista, é necessário entender o que está por trás do aumento de casos. Conhecer os fatores de risco é o primeiro passo para se prevenir e reduzir as chances de ser afetada pela doença.
Embora seja verdade que algumas mulheres herdem um ou mais genes que as tornam mais propensas ao câncer de mama, esse fator hereditário apenas aumenta o risco de desenvolver a doença. Ele não causa o câncer por si próprio.
Para que o câncer de mama se desenvolva, outras mudanças genéticas ainda precisam ocorrer. A maioria delas está ligada ao estilo de vida e há fatores que podem ser modificados, uma vez que se tem conhecimento sobre eles.
O principal fator de risco para o câncer de mama é nascer mulher
Toda mulher tem alguma chance de desenvolver câncer de mama. No entanto, é possível reduzir a probabilidade de que isso ocorra adotando hábitos saudáveis.
No caso das mulheres que têm risco aumentado – por causa de um forte histórico familiar, uma mutação genética conhecida ou uma exposição anterior – é necessário tomar precauções adicionais e realizar acompanhamento preventivo com médico especialista.
Entenda a seguir o que são fatores de risco e, principalmente, quais são aqueles em que você pode interferir.
O que são fatores de risco?
Fatores de risco são condições que predispõem uma pessoa a ter uma chance maior de desenvolver uma doença. Conhecendo os hábitos e comportamentos que estão relacionados a determinados problemas de saúde, é possível modificá-los e prevenir doenças, como o câncer de mama.
Existem fatores de risco que podem ser controlados ou até eliminados por meio da adoção de hábitos e atitudes saudáveis e outros não modificáveis, como hereditariedade, idade e gênero.
Vale lembrar que mesmo não tendo propensão genética, há chance de desenvolver o câncer de mama, pois a forma hereditária da doença representa apenas de 5% a 10% dos casos. Portanto, cerca de 90% a 95% dos tumores estão prioritariamente ligados a outros aspectos.
Fatores de risco para o câncer de mama
Fatores de risco não modificáveis
- Ser mulher;
- Envelhecimento;
- Histórico familiar da doença (mãe, irmã, filha ou múltiplos parentes com câncer de mama);
- Mutação herdada dos genes do câncer de mama BRCA1 ou BRCA2
- Alta densidade mamária;
- Histórico pessoal de câncer de ovário ou mama;
- Início da menopausa após os 55 anos e primeira menstruação antes dos 12 anos;
- Alta exposição à radiação.
Fatores de risco modificáveis
- Obesidade;
- Tabagismo;
- Consumo de bebida alcoólica;
- Sedentarismo;
- Ingestão excessiva de gordura saturada/colesterol;
- Uso atual ou recente de terapia de reposição hormonal na pós-menopausa;
- Uso de pílulas anticoncepcionais;
- Não ter filhos ou ter filhos após os 35 anos de idade;
- Não amamentar;
- Excesso de peso na menopausa;
- Baixos níveis de vitamina D;
- Alta exposição a poluentes e agrotóxicos.
A biologia do desenvolvimento da mama
Os seios das mulheres são mais vulneráveis ao câncer do que os outros órgãos, provavelmente por causa da maneira única como se desenvolvem e funcionam. O crescimento da mama tem duas fases principais: antes do nascimento e durante a adolescência. Nessa fase, a maior parte do tecido mamário se constitui, mas os seios não atingem seu tamanho final até, pelo menos, os 20 anos de idade.
Essas mudanças se desenrolam ao longo de cerca de 10 anos, em contraste com outros órgãos que se formam no útero e estão prontos para funcionar após o nascimento.
Alguns cientistas acham que os seios são mais vulneráveis ao câncer do que outros órgãos porque levam muito mais tempo para se desenvolver. Durante esse período, o DNA precisa ser copiado para que novas células da mama possam ser produzidas. É um processo delicado e, algumas vezes, podem ocorrer mutações que aumentam o risco de câncer de mama.
Além disso, o tecido das mamas só termina de fato de amadurecer após a primeira gravidez e amamentação.
As células mamárias imaturas são mais ativas e responsivas aos hormônios do que as células maduras. O estrogênio é um hormônio que pode “ativar” o crescimento das células mamárias. A exposição a longo prazo ao estrogênio extra ou produtos químicos que agem como o estrogênio pode aumentar o risco de câncer de mama.
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7 novos dados sobre o câncer de mama: entenda por que ele se tornou o tipo mais comum da doença13 atitudes que podem minimizar os fatores de risco para câncer de mama
1. Repense seu estilo de vida
Você está seguindo as recomendações médicas? Quais escolhas diárias (na hora de comer, beber, usar produtos) podem ser mais conscientes?
2. Evite ingerir hormônios
Considere utilizar outras medidas anticoncepcionais ou que aliviem os sintomas da menopausa em vez de usar medicações com estrogênio e progesterona. Se for necessário, converse com seu médico para buscarem juntos a menor dose efetiva.
3. Busque uma composição corporal saudável
Redução da gordura corporal e manutenção de um peso estável são alguns dos principais fatores para redução do risco de câncer de mama. Se você precisa emagrecer, faça isso com acompanhamento nutricional.
4. Faça exercícios regularmente
Tente realizar ao menos de 3 a 4 a horas de exercícios semanais e, aos poucos, aumente até chegar a uma rotina semanal de 5 a 7 horas.
5. Limite a ingestão de álcool
O risco de desenvolver câncer de mama aumenta proporcionalmente com o consumo de álcool. Reduza o consumo a menos de cinco doses semanais.
6. Pare de fumar
Esse é um hábito mandatório para a redução do risco de desenvolver a doença.
7. Passe mais tempo ao ar livre
O ar livre normalmente é mais limpo que o ar do interior dos cômodos devido ao acúmulo de poeira, presença de tapetes, ar-condicionado e diversos materiais que podem exalar substâncias prejudiciais ao organismo.
8. Evite radiação desnecessária
A exposição à radiação é, provavelmente, um dos aspectos que torna as células mais propensas a se desenvolverem de forma anormal.
9. Garanta um bom nível de vitamina D
Tome alguns minutos de sol diariamente para sintetizar a vitamina D e, caso seus exames demonstrem índices insuficientes, converse com o médico sobre a possibilidade de suplementação.
10. Coma frutas, vegetais e grãos
Além de muita fruta, salada e legumes, invista em grãos integrais, castanhas, sementes e temperos frescos e, preferencialmente, orgânicos. Eles contêm substâncias que auxiliam as células a funcionarem adequadamente.
11. Leia os rótulos
Verifique se o alimento é orgânico e dê preferência para alimentos minimamente processados e com menos ingredientes em sua composição.
12. Cuide do seu bem-estar emocional
Sofrimento emocional afeta sua qualidade de vida e pode predispor o organismo a sofrer com o câncer de mama.
13. Durma bem
É durante o sono que o organismo realiza os “reparos” nas células danificadas e nos processos que estão ocorrendo de forma inadequada.
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