Engenheiros da computação no Georgetown Lombardi Comprehensive Cancer Center ajudaram um grupo de biólogos a encontrar uma molécula que determina se células cancerígenas resistentes a alguns tratamentos vão viver ou morrer.
O estudo foi publicado na revista científica Cancer Research e avaliou a célula do câncer de mama como se fosse um sistema de processos da informação. Segundo os pesquisadores, a abordagem da engenharia foi essencial para melhor compreender a biologia do câncer.
Os cientistas desenvolveram um modelo matemático que usa toda a informação já conhecida sobre células do câncer de mama estrógeno dependentes, que se desenvolvem devido ao aumento do estrogênio no corpo. Com base em sinais emitidos pelas células ao corpo e também em suas estruturas internas, os pesquisadores puderam entender como as células sobrevivem.
O modelo ajudará médicos a entender o motivo de mais de 125 mil pacientes diagnosticadas com esse tipo de câncer terem resistências a tratamentos hormonais e serem, portanto, entendidos como “incuráveis”.
A partir dessa pesquisa, a equipe descobriu uma molécula chave que determina se uma célula cancerígena vai realizar a autofagia, um processo em que a célula mastiga e elimina proteínas tóxicas para se manter viva, ou vai realizar a apoptose, que leva a célula a morrer. Essa molécula é ativada quando a célula está sob estresse, como durante os tratamentos hormonais.
A perda dessa molécula levou a uma resistência ao tratamento, enquanto o “desligamento” da mesma molécula restaurou a sensibilidade aos hormônios. O modelo matemático, afirmam os pesquisadores, foi extremamente importante para compreender os circuitos celulares e desvendar a participação dessa molécula.