Pesquisadores da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, descobriram que mulheres que passam por tratamento de câncer de mama podem ter melhorias na dor, depressão, ansiedade e sono ao usar a técnica de acupressão. O estudo foi publicado pela revista JNCI Cancer Spectrum.
O que é acupressão?
A acupressão é uma técnica de origem chinesa que tem um conceito parecido com a acupuntura, mas não se usa agulhas. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer dos Estados Unidos, a acupressão é a aplicação de pressão ou massagem em locais específicos do corpo e é um tipo de medicina complementar.
Para isso, podem ser usados mãos, dedos ou dispositivos específicos, e pode ser feita por um especialista ou autoadministrada. Segundo a organização Susan G. Komen, o objetivo é estimular pontos que correspondem a órgãos específicos, emoções ou sensações. Por exemplo, a acupressão ao redor da orelha e dos pés tem como alvo a dor do parto. A maioria dos pontos de acupressão está localizada perto dos nervos.
Na medicina tradicional chinesa, acredita-se que a doença tem relação com desequilíbrio de fluxo de energia. Assim, a acupressão estimula o reequilíbrio da energia. Alguns especialistas também afirmam que essa técnica pode resultar na liberação de endorfinas e substâncias químicas cerebrais que ajudam a reduzir a dor e afetam o humor.
Qual é a relação da acupressão com câncer de mama?
Durante e após o tratamento de tumores na mama, a paciente pode sentir alguns efeitos colaterais, como dor, ansiedade, fadiga, alterações no humor e problemas no sono. Ao analisar 288 mulheres que disseram estar com alguns desses sintomas após o tratamento, pesquisadores da Universidade de Michigan dividiram as entrevistadas em três grupos de tratamentos complementares:
- Acupressão relaxante (tradicionalmente usada para tratar insônia);
- Acupressão estimulante (usada para aumentar energia);
- Cuidados usuais.
As que participaram dos dois grupos de acupressão foram ensinadas a encontrar e colocar pressão sobre os pontos específicos de seus corpos para que realizassem em casa uma vez ao dia durante 6 semanas. Já as pacientes do grupo de cuidados habituais receberam folhetos com outras dicas para administrar melhor depressão, ansiedade e dor.
Resultados do estudo
Os pesquisadores analisaram níveis de ansiedade, depressão e dor no início e no final do estudo. Ambos os tipos de acupressão ajudaram a aliviar a ansiedade e a dor mais significativamente do que o cuidado usual. Já a acupressão relaxante teve melhores resultados para alívio dos sintomas depressivos. Enquanto 41,5% do grupo da técnica relaxante relataram melhora dos sintomas depressivos, 25% sentiram o mesmo com a acupressão estimulante e 7,7% do grupo de cuidados habituais.
O grupo de cientistas da Universidade de Michigan continua com a investigação e diz que testes randomizados adequadamente controlados ainda são necessários. Atualmente, eles usam neuroimagem para aprender mais sobre o cérebro e estão realizando testes clínicos envolvendo um aplicativo para ajudar os pacientes a realizarem a acupressão.
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