Após estudarem a participação da proteína Yin Yang1 no avanço de tumores do câncer de mama, pesquisadores liderados pela Imperial College London concluíram que esta molécula afeta a aparência do tumor e pode estimular seu crescimento. O estudo foi publicado na revista Nature Medicine.
Esta pesquisa pode abrir caminho para novos tratamentos e ajudar a entender o motivo de alguns tumores se tornarem resistentes à quimioterapia. O estudo contou com pesquisadores de várias instituições, como Instituto Europeu de Oncologia e Universidade de Liverpool.
O que é a proteína Yin Yang1?
O Yin Yang1 é um fator de transcrição, ou seja, um tipo de proteína que ajuda o DNA na síntese do RNA. Todas as células de uma pessoa saudável precisam desse fator de transcrição, que é fundamental no processo da síntese proteica (que nada mais é do que a produção de proteínas, sendo que as proteínas fazem parte da formação de novas células). Porém, pesquisadores não tinham certeza sobre o papel desse fator no crescimento de tumores.
Método da pesquisa
A equipe de cientistas usou o CRISPR – uma técnica revolucionária de engenharia genética – para estudar o câncer de mama positivo para receptores de estrogênio. Os pesquisadores analisaram o perfil genético de 47 pacientes com câncer de mama.
Ao todo, 34 dos pacientes tinham tumores que não tinham se espalhado e 13 tinham metástase. Além disso, as modificações químicas em regiões de DNA foram monitoradas.
Resultados do estudo
Os cientistas avaliaram quais genes foram ativados e desativados nos tumores. “Nossos resultados sugerem que os tumores ativam e desativam genes diferentes à medida que progridem e podem mudar fundamentalmente sua ‘aparência’”, explica o Dr. Luca Magnani, autor do estudo.
Por isso, ele recomenda a realização de uma segunda biópsia se o tumor se torna agressivo e se espalha pelo corpo. O câncer pode ter mudado neste período e pode responder a diferentes tratamentos, segundo o estudo.
Além disso, o estudo revelou que as células cancerígenas dependem muito mais do Yin Yang1 para o seu crescimento do que as células normais. Por isso, os pesquisadores acreditam que esta molécula estimula o crescimento do tumor.
O grupo de cientistas agora estudará um número maior de pacientes e continuará analisando o grupo de pacientes que participou desta pesquisa. “Como esperado, nosso trabalho levantou muitas questões e agora precisamos respondê-las. Mas é somente através da colaboração internacional e trabalhando em equipe que podemos fazer esse trabalho vital”, afirma o Dr. Magnani.
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