Câncer de mama e a tireoide
Acaba de ser divulgado um estudo, realizado nos Estados Unidos, e apresentado durante o Encontro Anual da Sociedade Americana de Endocrinologia, que mostrou uma ligação entre o câncer de mama e o câncer de tireoide. Segundo a autora do trabalho, mulheres jovens que tiveram câncer de mama têm um risco aumentado para desenvolver câncer de tireoide quando comparadas à população em geral.
Os pesquisadores investigaram dados de 707,678 mulheres com câncer de mama, entre os anos de 1973 e 2011 e descobriram que 1526 desenvolveram câncer de tireoide depois do tratamento para o câncer de mama.
Eles perceberam que quanto mais jovem a mulher, maior o risco de desenvolver um tumor na tireoide. Aos 40 anos, a chance é 16% maior que a população em geral e aos 50 é 12% maior. Eles não observaram um aumento no risco em mulheres mais velhas. Outra observação importante foi que as mulheres que desenvolveram câncer de tireoide tinham tumores de mama menores e do tipo carcinoma ductal invasivo.
O tempo médio para o desenvolvimento de um câncer de tireoide foi de cinco anos, sugerindo que nesse período seria importante realizar exames preventivos também para esse tipo de tumor, principalmente nas mulheres mais jovens. Os estudos devem continuar para elucidar mais claramente a associação do câncer de mama com o de tireoide.
Na prática médica, o estudo serve de alerta para avaliar a necessidade inclusão de exames da tireoide, principalmente nos cinco anos após o tratamento do câncer de mama, quando o médico considerar pertinente.
Um pouco mais sobre o câncer de tireoide
O câncer de tireoide é o tumor que atinge a glândula, situada na base da garganta. Estima-se que as mulheres sejam três vezes mais atingidas por tumores na tireoide em relação aos homens. A doença também é mais recorrente em jovens.
Pesquisas recentes estimam que, acima dos 40 anos de idade, cerca de 50% da população possui algum tipo de nódulo na tireoide mesmo sem desconfiar e nem apresentar sintomas ou alterações em exames de sangue.
Os nódulos geralmente são descobertos nos exames de rotina, por meio de ultrassonografia. Em 90% dos casos os nódulos são benignos. Na maioria dos casos, as chances de cura para pacientes com câncer na tireoide são bem altas. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), em 2014 foram registrados 9.200 casos da doença, sendo 8050 em mulheres e 1150 em homens.