As mulheres com câncer de mama não-metastático têm maior risco de morte se tiverem pouca massa muscular. Esta é a conclusão de um estudo recente publicado na revista Jama Oncology. Ou seja, a paciente que tem mais massa muscular tem mais chance de sobreviver.
A pesquisa foi feita com 3.241 mulheres, com idades entre 18 e 80 anos, que haviam sido diagnosticadas com câncer de mama não-metastático estágios 2 e 3, no Kaiser Permanente Northern California e no Dana Farber Cancer Institute, em Boston, nos Estados Unidos.
Massa muscular é identificada em tomografias computadorizadas
Por meio de tomografias, os pesquisadores analisaram como o câncer afetava os músculos. Segundo o estudo, o nível de massa muscular e de tecido adiposo da mulher é um indicador de sobrevida mais forte do que o IMC (índice de massa corporal). Isso pode ajudar a orientar melhor as intervenções para otimizar os resultados de sobrevida.
O estudo concluiu que 34% das pacientes analisadas tinham sarcopenia, ou seja, baixo nível de massa muscular. Esta condição aumentou a chance de morte em 41% se comparado com pacientes que não tinham sarcopenia.
Os pesquisadores ainda não têm certeza do motivo de a baixa massa muscular estar relacionada com a menor chance de sobrevivência. Mas eles acreditam que pode ter relação com a forma que o câncer afeta o tecido muscular. A inflamação pode fazer com que a massa muscular diminua e os depósitos de gordura aumentem.
Câncer de mama causa alterações na estrutura corporal
Mudanças na composição corporal são normais após o diagnóstico de câncer de mama. Por isso, os pesquisadores sugerem que pacientes já diagnosticados ou com suspeita de sarcopenia sejam aconselhados a realizar exercícios de resistência. Eles aumentam a força muscular, mantém a massa muscular magra e diminuem a gordura corporal. Para saber quais tipos de exercícios realizar, o paciente deve consultar o médico.
“Os médicos não podem se preocupar apenas com adiposidade. Eles devem se importar também com nível de massa muscular, pois isso é um fator prognóstico tão importante como alta adiposidade para sobrevida”, afirmou a pesquisadora Bette Caan, da divisão de pesquisa do Kaiser Permanente Northern California, ao Medscape.