Um grupo de cientistas da Universidade de Illinois descobriu que os ácidos graxos livres no sangue parecem estimular a proliferação e o crescimento das células cancerígenas da mama. Esta descoberta pode ajudar a explicar o risco elevado de mulheres obesas desenvolverem câncer de mama após a menopausa.
A pesquisa, que foi publicada pela revista Cancer Research, explica que quando esses ácidos graxos são absorvidos por células do câncer de mama receptoras de estrogênio, eles ativam vias que aumentam o crescimento, a sobrevivência e a proliferação de células cancerígenas.
Já se sabia que o excesso de peso corporal aumenta o risco de câncer de mama positivo após a menopausa. Porém, ainda são estudadas quais vias metabólicas específicas e processos genéticos que desencadeiam a doença.
Entenda o estudo
Para analisar a relação entre o índice de massa corporal com o risco de câncer de mama, o grupo liderado pela pesquisadora Zeynep Madak-Erdogan obteve amostras de sangue do Susan G. Komen Tissue Bank. Os cientistas compararam mulheres saudáveis com outro grupo de mulheres que eram saudáveis, mas desenvolveram câncer de mama depois.
O grupo analisou amostras de sangue adicionais de 37 mulheres após a menopausa não obesas e 63 obesas. Também foram analisadas 21 mulheres depois da menopausa que antes eram obesas, mas perderam peso. Todas tinham entre 45 e 64 anos e eram de Baltimore.
Peso corporal e risco de câncer de mama
Segundo o estudo, foi possível ver que mulheres que desenvolveram câncer de mama e as que eram acima do peso ou obesas tinham concentrações sanguíneas significativamente maiores de cinco tipos de ácidos graxos livres e de glicerol. Ambas as substâncias são liberadas como subprodutos quando o tecido adiposo quebra os triglicérides.
A pesquisa também mostrou que as mulheres que perderam peso mais tarde tiveram um declínio de ácidos graxos no sangue. Além disso, os cientistas afirmaram que as células cancerígenas cresceram conforme os níveis de ácidos graxos no sangue aumentaram e tornaram a doença mais agressiva.
Para explorar o impacto da obesidade nas células cancerígenas com ER positivo, os pesquisadores analisaram várias das linhas de células tumorais primárias e células metastáticas. Assim, perceberam que as células cancerígenas se tornaram mais viáveis e se multiplicaram em mulheres obesas. E esses efeitos aumentaram à medida que os níveis de ácidos graxos nas amostras de sangue das mulheres aumentaram.
“Nossos dados clínicos fornecem uma compreensão mais completa dos mecanismos que conectam a obesidade ao câncer de mama e fornecem uma oportunidade para avaliar a capacidade dos estrogênios preferenciais em reduzir o risco de câncer de mama em mulheres pós-menopausa obesas”, disse a pesquisadora Madak-Erdogan.
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