Bastante utilizada na culinária, a pimenta pode trazer mais benefícios do que apenas sabor e picância aos pratos. Pesquisas envolvendo os efeitos do sabor e aroma sobre células tumorais levaram cientistas alemães à capsaicina, composto picante encontrado nas pimentas e que pode ser uma nova esperança no tratamento do câncer de mama triplo-negativo. Esse é o tipo de tumor mais agressivo e difícil de tratar – na maioria dos casos, a única opção de tratamento é a quimioterapia.
Quando a capsaicina atinge uma célula cancerígena, o ingrediente picante ativa o receptor olfativo chamado TRPV1, que tem um papel significativo no desenvolvimento de diversas doenças. Os pesquisadores encontraram o TRPV1 nas células tumorais de nove diferentes amostras de pacientes com câncer de mama.
Os resultados do estudo, publicado na revista científica Breast Cancer, mostram que a capsaicina, ao ativar o TRPV1, é capaz de induzir a morte das células cancerígenas e também de inibir seu crescimento em vários tipos de câncer, incluindo o câncer de cólon e o pancreático. À medida que mais e mais células cancerosas morrem, o tumor é impedido de crescer, o que reduz sua capacidade de metástase.
Mas a capsaicina não é eficaz se for ingerida, inalada ou injetada. Segundo os cientistas, a substância, para trazer benefícios no combate à doença, precisa estar associada a outra droga que tenha como alvo as células cancerosas. Isso significa que seria necessário desenvolver um medicamento que incluísse esse composto na sua formulação.
Além de ter mostrado bons resultados no combate ao câncer de mama, outros estudos já comprovaram que a substância também tem efeitos analgésicos e anti-inflamatórios; é eficaz no tratamento das doenças reumáticas; reduz o colesterol; melhora a respiração nos pacientes com rinite não alérgica; fortalece o sistema respiratório e ainda acelera o metabolismo.