Quando seu médico solicita um exame das mamas, como uma mamografia, o médico radiologista que realiza o exame emite um laudo por escrito. Com o objetivo de padronizar a comunicação entre os médicos, foi criado nos Estados Unidos um sistema de classificação chamado BI-RADS®, que possibilita a comparação dos resultados dos exames em qualquer lugar do mundo.
Este sistema foi proposto pela American College of Radiology em 1986 e o relatório original foi divulgado em 1993. O objetivo é estimar qual a chance de o exame de imagem mostrar um câncer na mama. Assim, o BI-RADS® não mede o grau de crescimento ou o tipo de tumor, nem dá dicas do tratamento. Ele apenas diz a chance de haver câncer. A partir daí, o médico saberá como conduzir o caso e pedirá mais exames complementares se necessário.
O que significa BI-RADS®?
A sigla BI-RADS® se refere a Breast Imaging Reporting and Data System. Isto é, Sistema de Relatórios e Dados de Imagem da Mama. De acordo com a American College of Radiology, atualmente essa classificação fornece terminologia padronizada também para ultrassom e ressonância magnética da mama, além da mamografia.
No laudo, o médico radiologista vai descrever o achado (nódulos, cistos, calcificações, linfonodos etc.). Depois, ele classifica o achado dentro do BI-RADS®. Essa classificação vai ajudar o médico que solicitou o exame a adotar a melhor conduta terapêutica para o paciente. Isso facilita a comunicação sobre os resultados e o acompanhamento após as terapias.
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Como se preparar para a mamografiaConheça as classificações do BI-RADS®
Esse sistema classifica os resultados em categorias numeradas de 0 a 6. Entenda o que é o BI-RADS® em cada fase.
BI-RADS® (0)
Entram nessa categoria achados que não são necessariamente graves. O médico radiologista entende que podem ser usados outros exames para esclarecer. Por exemplo, se o achado foi descoberto em uma mamografia, pode ser solicitado um ultrassom. A American Cancer Society descreve a BI-RADS® 0 como necessária uma avaliação adicional da imagem e/ou comparação com mamografias anteriores.
BI-RADS® (1):
Esta categoria indica que não foi encontrada nenhuma anormalidade significativa nas mamas a ser relatada. Ou seja, que não há massas ou calcificações suspeitas na área.
BI-RADS® (2):
Esta classificação indica um achado benigno que não acarreta nenhuma ameaça à paciente. Os achados benignos incluem calcificações secretoras, cistos simples, lesões contendo gordura, fibroadenomas, implantes e linfonodos na mama.
BI-RADS® (3):
Nessa categoria o médico relata o achado como provavelmente benigno. De acordo com a American Cancer Society, os resultados desta categoria têm uma chance muito alta (superior a 98%) de ser benigna. A recomendação, em geral, é acompanhamento do achado a cada 6 meses até que a descoberta seja estável.
BI-RADS® (4):
A categoria 4 mostra que o achado necessita de uma amostra física para ser melhor avaliada, ou seja, é necessário fazer uma biópsia ou punção das mamas. O achado é suspeito e a chance de ser câncer nessa classificação é de cerca de 30%. Todos os achados precisam passar pela biópsia. Nessa categoria, há uma subclassificação:
4A – o risco de ser maligno é de 2% a 10%
4B – o risco de ser maligno é de 10% a 50%
4C – o risco de ser maligno é maior de 50% e menor que 95%.
*Este percentual está inserido no percentual do total de até 30% conforme citado acima.
BI-RADS® (5):
Essa classificação indica que o achado médico é altamente suspeito, com 95% de chance de ser câncer. Como não há certeza, a biópsia é sempre indicada.
BI-RADS® (6):
Nessa categoria entram os exames de pacientes que já são portadores de câncer e já realizaram outros exames de imagem. O câncer que aparece, portanto, já é conhecido.
Lembre-se que o laudo é direcionado para o seu médico e só ele pode interpretar corretamente qualquer exame. Muitas vezes, os pacientes ansiosos para saberem os resultados dos exames, acabam sofrendo antecipadamente, de forma desnecessária. Converse com seu mastologista, ele é a melhor pessoa para tirar suas dúvidas sobre a saúde das mamas.