A quimioterapia é um dos termos mais conhecidos quando se fala em tratamento oncológico. Contra o câncer de mama, o benefício da quimioterapia é claro para algumas pessoas, ainda que menos evidente em outros casos.
De acordo com o Instituto Nacional do Câncer, o tratamento oncológico sistêmico (que inclui quimioterapia e hormonioterapia) é utilizado em uma parcela que varia de 30% a 70% dos tumores de mama no Brasil dependendo do estadiamento da doença. Especificamente para cuidados paliativos, quando se busca melhorar a qualidade de vida da paciente, o Sistema Único de Saúde administra quimioterapia para cerca de 13.500 pessoas com câncer de mama por ano.
A seguir, você entenderá como a quimioterapia funciona, quais são seus benefícios, o que é possível esperar do tratamento e que cuidados devem ser tomados. Confira as respostas para as perguntas mais frequentes sobre quimioterapia.
O que é quimioterapia?
Quimioterapia é um tratamento que utiliza substâncias para interferir na capacidade das células cancerígenas de se dividirem e crescerem.
Podem ser vários os objetivos da quimioterapia. Ela pode curar, diminuir o crescimento do tumor, impedir que o câncer se espalhe, matar células malignas que atingiram outras partes do corpo ou ajudar as pessoas com câncer a viverem mais tempo com uma melhor qualidade de vida, aliviando os sintomas que a doença causa.
Quando a quimioterapia é útil?
· Após a cirurgia
Quando o tumor é removido cirurgicamente, ainda é possível que restem no organismo células cancerígenas que não podem ser vistas durante a operação, nem detectadas com exames de imagem. Assim, a quimioterapia pode ser administrada para tentar matar essas células residuais e evitar que elas se espalhem e formem novos tumores na mama ou em outras partes do corpo. Essa modalidade é chamada de quimioterapia adjuvante.
· Antes da cirurgia
A cirurgia de remoção pode ser mais complicada quando o tumor está maior. Por isso, a quimioterapia é uma alternativa interessante para reduzir o tamanho do câncer e permitir que, posteriormente, a remoção cirúrgica seja menos arriscada e invasiva. Nesse caso, a quimioterapia é classificada como neoadjuvante ou pré-operatória. Assim como a adjuvante, essa aplicação pode reduzir o risco de retorno do câncer de mama.
O Consenso da Sociedade Brasileira de Mastologia prevê que a terapia neoadjuvante seja utilizada para:
- Câncer de mama luminal;
- Câncer de mama her2-positivo;
- Câncer de mama triplo-negativo;
- Cânceres de mama especiais.
· Câncer de mama avançado
Em casos avançados da doença, especialmente quando ela já atingiu além da área da mama e das axilas, a cirurgia não é uma opção de tratamento. Nesses casos, a quimioterapia pode ser o tratamento principal. O objetivo muitas vezes não é curar a doença, mas barrar o seu avanço, prolongar a sobrevida da paciente e reduzir os sintomas negativos.
Como a quimioterapia é administrada?
Os medicamentos quimioterápicos podem ser administrados de diversas formas:
- Via oral: comprimidos, cápsulas ou líquidos;
- Intravenosa: injeção na veia;
- Intratecal: injeção dentro do canal espinhal;
- Intramuscular: injeção no músculo;
- Subcutânea: injeção sob a pele;
Qual é a frequência das sessões de quimioterapia?
A quimioterapia é realizada em ciclos (de uma a três semanas), seguidos de um período de descanso para que o corpo tenha tempo de construir novas células sadias e ganhar resistência para continuar o tratamento.
Com alguns medicamentos, a quimioterapia é administrada apenas no primeiro dia do ciclo. Com outros, é administrado por alguns dias seguidos ou uma vez por semana. Então, no final do ciclo, o cronograma de quimioterapia se repete para iniciar o próximo ciclo.
Por quanto tempo é feita a quimioterapia?
A periodicidade e a duração da quimioterapia são variáveis para cada tipo de câncer de mama. Converse com o seu médico para saber com antecedência como será a sua programação de sessões, mas tenha em mente que podem ser feitas modificações ao longo do tratamento.
Onde a quimioterapia é administrada?
As sessões de quimioterapia contra o câncer de mama podem ser realizadas no consultório do seu médico, em um hospital ou até em casa.
Quais são os efeitos colaterais da quimioterapia?
Algumas pessoas se sentem bem após uma sessão de quimioterapia. Outras podem sentir os efeitos colaterais mais rapidamente. Essas reações dependem do tipo e da dose dos medicamentos escolhidos, além do tempo de duração do tratamento e do estado de saúde prévio de cada paciente.
Saber o que esperar do tratamento é importante para que você procure ajuda se apresentar qualquer sintoma fora do comum, a qualquer dia e qualquer hora.
Lembre-se que a escolha do tratamento leva em conta o custo-benefício entre os efeitos da doença e dos medicamentos.
Saiba mais:
Câncer de mama e o sonho de ser mãeEfeitos colaterais em curto prazo
A maioria dos desconfortos são temporários. Eles podem ser controlados com medicamentos e outras medidas paliativas.
Confira:
- Perda de cabelo;
- Queda de unhas;
- Aftas;
- Redução do apetite e de peso;
- Náusea e vômito;
- Diarreia ou intestino preso;
- Alterações na pele;
- Formigamento;
- Aumento de infecções;
- Hematomas e sangramentos;
- Fadiga;
- Dificuldade de memória e concentração.
Efeitos colaterais em longo prazo
O tratamento quimioterápico pode ter alguns efeitos mais duradouros ou permanentes. É importante saber dessa possibilidade tanto para estar preparada quanto para tomar medidas preventivas, se forem possíveis.
· Alterações menstruais e de fertilidade
A redução dos períodos menstruais e da fertilidade são um efeito colateral comum da quimioterapia. Ela pode ser temporária ou definitiva (menopausa prematura). Quanto mais avançada for a idade da paciente, maior a chance desse desdobramento. Nesses casos, é importante se atentar também para o risco de perda óssea e osteoporose.
· Dano cardíaco
Embora não seja comum, alguns medicamentos quimioterápicos podem prejudicar o coração, causando cardiomiopatia. O risco é maior em pacientes que já têm histórico familiar de problemas cardíacos, pressão arterial elevada ou diabetes. Por isso o médico sempre verificará a sua função cardíaca e poderá interromper o tratamento dependendo da avaliação.
Veja mais:
Exercício reduz risco de doença cardíaca· Neuropatia
Diversos medicamentos que combatem o câncer acabam também atingindo os nervos das mãos, braços, pés e pernas. Na prática, é possível ter sintomas como dormência, dor, sensação de queimação, formigamento, sensibilidade ao frio ou calor e fraqueza. O mais comum é que esse desconforto seja passageiro, mas algumas pessoas convivem com eles mesmo após o fim do tratamento.
Veja mais:
Massagem oncológica proporciona alívio da neuropatia periférica relacionada com quimioterapia· Sensibilidade na pele das mãos e dos pés
Ficarcom as palmas das mãos e as solas dos pés irritadas é um sintoma relativamente comum, podendo haver formação de bolhas, descamação ou feridas. Alguns cremes e medicamentos esteroidais podem ser administrados antes da quimioterapia para amenizar.
· Desconcentração
Algumas funções cognitivas são alteradas durante o tratamento, como memória e concentração. Esse efeito pode durar alguns anos, mas na maioria dos casos termina junto com o tratamento.
· Leucemia
Muito raramente, medicamentos específicos podem aumentar a chance de desenvolvimento de leucemia em um período de até 10 anos após o fim do tratamento.
· Fadiga
Há mulheres que não se sentem tão saudáveis como antes, com uma sensação residual de dor ou mal-estar corporal. Essas mudanças podem ser muito sutis e acontecer lentamente ao longo do tempo. Exercícios, cochilos e noites de sono reparadoras podem ser recomendados. Também vale verificar se não são decorrentes de sintomas depressivos.
7 Comments
Gostei muitoo esclareceu me acalmou! Muito Obgda este site é mesmo exelente
Consegui me informar bem sobre o câncer de mama.
Conseguiu mim acalmar mais sobre o câncer de mama e também gostei muitoome esclareceu me acalmou muito obrigada este site e mesmo excelente
Muito obrigada pelo esclarecimento.
A todas que estão passando por isso e pelo tratamento, que sejam curadas em nome de Jesus.
Pela segunda vez depois de 15 anos vou passar por esse processo novamente. eu não tive muitos problemas colaterais. Reagi muito bem as 6 sessões..só o cabelo que não tem jeito, ele cai mesmo ..na minha cabeça era apenas um soro comum que eu estava tomando.. fé em Deus e deu tudo certo…
Olá, Marta. Agradecemos por compartilhar sua história e experiência!