Acaba de ser publicado um estudo que mostrou que mulheres diagnosticadas com câncer de mama hereditário não têm um prognóstico pior que as mulheres com câncer de mama sem ligação com histórico familiar. O estudo foi publicado no British Journal of Surgery e oferece uma mensagem positiva para as mulheres que têm familiares que passaram por um câncer de mama e se preocupam com essa condição.
Cerca de um quarto dos casos de câncer de mama em países desenvolvidos tem relação com fatores hereditários. Embora seja assustador saber que há histórico familiar da doença, depois do diagnóstico, qual o prognóstico do câncer de mama quando comparado aos casos sem essa relação?
Para responder essa questão, pesquisadores da Universidade de Southampton, na Inglaterra, conduziram um estudo chamado Prospective Outcomes in Sporadic versus Hereditary breast cancer (POSH), que incluiu 2850 mulheres com menos de 41 anos que foram diagnosticadas com câncer de mama. O estudo durou 15 anos e levou em consideração várias características pessoais, como o tipo de tumor, tratamento e histórico familiar de câncer de mama e ovário.
Os pesquisadores descobriram que não houve diferenças significativas na recorrência do câncer depois do tratamento entre as mulheres com ou sem histórico familiar, ou seja, ambos os grupos apresentaram o mesmo prognóstico.
O tratamento para o câncer de mama pode ser bem-sucedido em pacientes jovens, com ou sem histórico familiar da doença. Assim, as mulheres que têm pessoas na família (mãe, avós ou irmãs) que tiveram câncer de mama podem se assegurar que essa condição, sozinha, não significa que os resultados do tratamento serão piores.
Agora, os pesquisadores planejam investigar se certos tipos de variantes genéticas do câncer de mama têm algum impacto na efetividade dos tratamentos para o câncer de mama. Há algumas evidências de estudos em laboratório e observação em humanos que o gene BRCA1é mais sensível a alguns tipos de quimioterapia. Segundo os pesquisadores, a perspectiva é mais otimista do que se esperava para esses pacientes. As revelações do estudo vão ajudar a planejar opções cirúrgicas de prevenção no momento do tratamento do câncer.
Apesar do estudo trazer uma boa notícia para as mulheres que têm histórico familiar da doença, a necessidade de realizar exames preventivos continua igual. Por isso, converse sempre com seu mastologista.
Lembre-se: o diagnóstico precoce é a chave para o sucesso de qualquer tratamento médico.