A Food and Drug Administration (FDA), órgão regulador dos Estados Unidos, aprovou neste ano a primeira imunoterapia para o câncer de mama. Este novo tratamento pode representar esperança para muitos pacientes que enfrentam a forma agressiva do tumor.
Com base na sobrevida livre de progressão, o órgão concedeu aprovação acelerada para a imunoterapia Tecentriq (atezolizumab é o nome químico) em combinação com a quimioterapia Abraxane (o nome químico é nab-paclitaxel) no tratamento da primeira linha do câncer de mama triplo negativo irressecável, localmente avançado ou metastático, com expressão positiva de PD-L1.
A decisão foi baseada nos resultados do estudo IMpassion130, que já havíamos relatado aqui no site. Os pesquisadores analisaram 902 mulheres com a doença triplo-negativo que foram divididas em dois grupos. O acréscimo de atezolizumabe foi associado com a melhora de 20% da sobrevida livre de progressão da doença.
Isto é, a pesquisa mostrou que Tecentriq e Abraxane oferecem melhor sobrevida em comparação com o Abraxane isolado. Isso no caso de pacientes com câncer de mama triplo-negativo localmente avançado ou com metástase. Ou seja, tumor com receptor de estrogênio, receptor de progesterona e HER2 negativos.
Relação do atezolizumab com PD-L1
A FDA também aprovou o ensaio VENTANA PD-L1 como um dispositivo de diagnóstico complementar para a seleção de pacientes para usar o atezolizumab. De acordo com o estudo, o resultado foi mais significativo nos casos que apresentavam maior expressão do marcador PD-L1. Este é um tipo de marcador expresso em células tumorais, assim como nas células do nosso sistema imune.
Apesar da aprovação acelerada, mais estudos serão necessários para avaliar o papel da imunoterapia no tratamento do câncer de mama. É importante lembrar que esse tratamento ainda não está aprovado no Brasil para tratar câncer de mama.
Segundo a FDA, as reações adversas mais frequentes com esta terapia foram queda de cabelo, neuropatias periféricas, fadiga, náuseas, diarreia, anemia, entre outros efeitos.