Não apenas mulheres com histórico de câncer de mama na família ou mamas densas devem fazer mamografias regularmente. Essa é a conclusão de um estudo realizado pela Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, que avaliou mulheres de 40 a 49 anos com câncer de mama e descobriu que essas características, indicadas como fator de risco, não se apresentavam na maioria dos casos.
Algumas publicações sugerem que os exames preventivos devem ser feitos preferencialmente por mulheres com histórico de câncer na família e mamas densas, mas o novo estudo afirma que a orientação pode excluir mulheres que não apresentam os fatores de risco mas podem desenvolver cânceres invasivos e potencialmente perigosos.
A pesquisa avaliou 136 mulheres de 40 a 49 anos que tiveram cânceres identificados em mamografias entre 1997 e 2012. O histórico familiar, a densidade mamária e o tipo de câncer foram avaliados em todas as pacientes. Segundo os pesquisadores, cerca de 90% dos cânceres mais invasivos não se encaixam nos grupos de risco, mas se identificados mais cedo seriam facilmente tratados.
Em 90% das pacientes avaliadas não havia histórico de câncer na família e em 86% dos casos as mamas não eram densas. 78% das pacientes não tinha nenhuma das duas características. Para os pesquisadores os resultados mostram que considerar apenas fatores de risco como justificativa para realizar os exames periodicamente significa uma perda de mais de 75% dos casos de câncer em mulheres com mais de 40 anos.
A realização periódica de mamografias é recomendada por organizações como a Sociedade Americana do Câncer para mulheres a partir dos 40 anos. No Brasil, apesar do INCA recomendar que o exame seja feito por mulheres acima dos 50 anos a cada 2 anos e mais cedo se houver histórico de câncer na família, procuramos seguir o “guideline” americano, pedindo anualmente a partir dos 40 anos para pacientes de risco padrão e a partir dos 30 anos para pacientes consideradas como alto risco.