Hoje, o câncer de mama triplo-negativo, que é uma forma agressiva do tumor, tem opções de tratamento limitadas. Mas, um novo estudo traz esperança para pacientes ao mostrar que a imunoterapia pode prolongar a vida de quem tem esse câncer.
Divulgada no The New England Journal of Medicine, a pesquisa faz parte do estudo IMpassion130 e foi financiada pela farmacêutica Roche. Os pesquisadores analisaram 902 mulheres com a doença triplo-negativo que foram divididas em dois grupos.
Uma turma tomou o atezolizumabe (uma imunoterapia da Roche) junto com a quimioterapia nab-paclitaxel (da Celgene). O outro grupo recebeu apenas um placebo e a quimioterapia.
Resultados positivos do uso de atezolizumabe
O acréscimo de atezolizumabe foi associado com a melhora de 20% da sobrevida livre de progressão da doença. Ao longo do tempo, os cientistas notaram que metade das voluntárias do grupo que receberam imunoterapia sobreviveram pelo menos 21,3 meses após o início do experimento. Já esse número caiu para 17,6 meses nas outras mulheres.
Relação do atezolizumabe com a molécula PD-L1
O câncer de mama triplo-negativo responde por apenas 15% dos casos de câncer de mama, mas é uma das formas mais agressivas e com uma sobrevida média de 18 meses. Ela atinge principalmente mulheres mais jovens e não responde ao tratamento hormonal ou aos medicamentos direcionados ao HER2.
Mas, recentemente, estudos sugeriram que a molécula PD-L1 pode ser um alvo adequado no combate a esse câncer de mama. Isso porque ela pode inibir respostas imunitárias contra o câncer.
Segundo a Sociedade Americana de Câncer, a imunoterapia é um tratamento que utiliza nosso próprio sistema imunológico para combater doenças como o câncer. No caso do atezolizumabe, ele mira a molécula PD-L1.
Ao inibir a PDL-1, esse remédio ajuda o sistema imunológico a reconhecer o câncer. Por isso, o medicamento funcionou ainda melhor nas pacientes que possuíam tumores de mama com concentrações mais altas dessa molécula. A taxa de sobrevida nesses casos atingiu a marca de 25 meses.
Em relação aos efeitos colaterais, o tratamento em conjunto de atezolizumabe e quimioterapia gerou reações adversas que levaram à interrupção da abordagem em 15,9% dos casos. Já entre os que receberam placebo e quimioterapia, esse índice foi de 8,2%.
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