As mutações genéticas que podem aumentar o risco de câncer de mama, como as mutações nos genes BRCA1, BRCA2 e PALB2, são as mesmas para mulheres negras e brancas. Essa é a conclusão de um recente estudo, que mostra que os testes genéticos atualmente disponíveis são eficazes para mulheres negras. A pesquisa foi publicada pelo Journal of the National Cancer Institute.
Estudos anteriores que analisaram as mutações genéticas associadas a um maior risco de câncer de mama incluíram principalmente mulheres brancas. Portanto, não estava claro se as mesmas mutações genéticas aumentam o risco de câncer de mama na mesma quantidade em mulheres negras. Por isso, pesquisadores da Universidade de Boston (UB) e da Mayo Clinic decidiram estudar e analisar casos de câncer de mama em mulheres negras.
Método do estudo
O estudo incluiu 5.054 mulheres negras que foram diagnosticadas com câncer de mama e 4.993 mulheres negras que não foram diagnosticadas com esta doença. Todas as mulheres fizeram testes genéticos que procuraram por mutações em 23 genes conhecidos por estarem ligados a um maior risco de câncer.
Mutações genéticas e câncer de mama
Três dos genes mais conhecidos que podem sofrer mutações e aumentar o risco de câncer de mama são BRCA1, BRCA2 e PALB2. As mulheres que herdam uma mutação em qualquer um desses genes – de suas mães ou de seus pais – têm um risco muito acima da média de desenvolver câncer de mama.
A função dos genes BRCA e PALB2 é manter as células da mama crescendo normalmente e impedir o crescimento de células cancerígenas. Mas quando esses genes contêm mutações que são passadas de geração em geração, eles não funcionam normalmente e o risco de câncer de mama aumenta. De acordo com a Breastcancer.org, as mutações destes genes podem ser responsáveis por até 10% de todos os casos de câncer de mama.
Atualmente, as taxas de testes genéticos para câncer de mama são substancialmente mais baixas em mulheres negras com câncer de mama do que em pacientes brancas da mesma idade. As diferenças nas recomendações dadas às mulheres negras foram identificadas como uma das causas dessa disparidade.
Mulheres negras e brancas têm mesmo risco genético para câncer de mama
De acordo com a pesquisa, mais de 7% das mulheres com câncer de mama tiveram uma mutação em um dos genes, em comparação com 2% das outras mulheres.
Além disso, mutações genéticas foram identificadas em 10,3% das mulheres com câncer de mama negativo para receptores de estrogênio (ER). Também foram encontradas mutações em 5,2% das mulheres com câncer de mama positivo para receptores de estrogênio e em 2,3% das mulheres que não foram diagnosticadas com câncer de mama.
O estudo também descobriu que que mutações no PALB2, RAD51C e RAD51D têm maior risco de câncer de mama negativo para receptores de estrogênio na população negra. Segundo os pesquisadores, o teste genético de predisposição ao câncer de mama pode prevenir a morte por câncer de mama.
“Isso significa que os painéis multigênicos atualmente disponíveis para testar mulheres diagnosticadas com câncer de mama ou mulheres de alto risco devido ao histórico familiar serão úteis para mulheres negras”, explicou a autora Julie Palmer, ScD, diretora do Slone Epidemiology Center da Universidade de Boston e professora de Pesquisa de Câncer da Faculdade de Medicina da UB.
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