Anos depois de passar por tratamento contra o câncer, cerca de 1 em cada 3 sobreviventes de câncer relatam que ainda sentem dor. Metade deles diz que a dor é grave o suficiente para limitar suas vidas e sua capacidade de trabalhar. A descoberta vem de uma análise de dados de 4526 pessoas do Inquérito Nacional de Saúde dos Estados Unidos de 2016-2017.
O estudo foi publicado na Jama Oncology e coletou informações sobre dor crônica, que é a dor na maioria dos dias ou todos os dias nos últimos seis meses. Os pesquisadores também pegaram informações sobre dor crônica de alto impacto, definida como aquela que limita a vida ou as atividades de trabalho na maior parte dos dias ou todos os dias nos últimos seis meses.
Resultados do estudo
As 4526 pessoas analisadas tinham sobrevivido a um câncer. Desse total, 1648 relataram ter dor crônica e 768 disseram ter dor crônica de alto impacto. A pesquisa não observou diferenças significativas na prevalência de dor crônica ou por idade, sexo, estado civil ou região. Mas a prevalência da dor crônica foi maior entre sobreviventes de câncer que estavam desempregados, tinham baixo status socioeconômico e seguro inadequado.
Outro achado que chamou atenção foi que o tempo não ajudou na melhora da dor. Mais de 16 anos após o diagnóstico, a prevalência de dor crônica se manteve estável em um terço (34,8%) dos sobreviventes de câncer, quase igual à prevalência de 36,4% observada em um ano de diagnóstico.
“Isso precisa ser destacado, mesmo que o paciente tenha uma história remota de câncer, talvez 15, 20 anos atrás, eles ainda podem sofrer dores notáveis”, afirmou um dos autores do estudo, Jiang Changchuan, MD, do Mount Sinai Hospital, em Nova York, nos EUA.
Causa da dor crônica em sobreviventes de câncer
A causa da dor crônica é muitas vezes incerta, de acordo com o estudo. Dano no nervo ou tecido por cirurgia ou radiação, pequenas fraturas ósseas e até mesmo metástases não diagnosticadas poderiam ser as culpadas.
Portanto, se estiver tendo muita dor, consulte seu médico e busque saber como pode melhorar sua qualidade de vida e amenizar a dor.
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