Foram divulgados os resultados da pesquisa “Countus, Knowus, Joinus”, em português “Conte-nos, Conheça-nos e juntem-se a nós”, realizada com 1273 mulheres, com câncer de mama avançado, em 12 países, incluindo o Brasil. A pesquisa mostrou que essas mulheres consideram-se isoladas dos movimentos da luta contra o câncer de mama. Para 40% das entrevistadas as campanhas são direcionadas apenas para a detecção precoce e prevenção.
Outro sentimento presente na maioria das mulheres é a sensação de incompreensão, por parte dos amigos e familiares, a respeito do que elas estão enfrentando. Por outro lado, 77% das entrevistadas procuram informações sobre a doença de forma ativa, mas45% delas afirma que há um déficit de conteúdo sobre o câncer de mama avançado.
O câncer de mama metastático é a forma mais grave da doença e acontece quando o tumor se espalha além da mama e atinge outras partes do corpo, como os ossos e o fígado. O câncer de mama LOCALMENTE avançado acontece quando a doença avançou para os nódulos linfáticos e/ou outro tecido na área da mama, mas não atingiu regiões distantes do corpo.
No mundo, anualmente, cerca de 250 mil mulheres são diagnosticadas com câncer de mama metastático, o tipo mais comum da neoplasia em estágio avançado, o que representa 15% do total de diagnósticos da doença. A fase metastática da doença é responsável por 90% das mortes relacionadas ao câncer de mama.
O grande desafio dessas mulheres é sobreviver, convivendo com a angústia e com a ansiedade, típicas de um momento tão desafiador. No estágio avançado a retirada das mamas perde a importância frente ao desafio de se manter viva. Por isso, é preciso dar suporte e recursos muito específicos para cada tipo de estágio do câncer de mama.
Outro dado que chama a atenção é que 41% das entrevistadas afirmou que com o passar do tempo, o apoio de amigos e familiares diminui. Naturalmente, isso é um fator que contribui para que essas mulheres busquem grupos de apoio para trocar experiências e sentirem-se mais compreendidas.
A pesquisa confirma que o acompanhamento do câncer de mama precisa ser multidisciplinar, ou seja, vários profissionais devem estar envolvidos no tratamento, desde o médico até nutricionistas, psicólogos, fisioterapeutas, entre outros.
O apoio da família e amigos é fundamental. Mas é preciso lembrar que o cuidador, ou seja, a pessoa mais próxima da paciente, também precisa de suporte psicológico para lidar com as situações, principalmente quando há a possibilidade de morte, nos tumores em estágios avançados.
Cuidar da alimentação, ter hábitos saudáveis, lidar com as emoções, com o estresse, ter momentos de lazer, cuidar do corpo, da mente, da alma, tudo isso é importante e serve como um importante ponto de apoio, tanto para pacientes, quanto para familiares.
Os grupos de apoio são importantes ferramentas que devem fazer parte da rede de suporte, afinal trocar experiências com quem vive a mesma situação garante uma capacidade maior de compreensão das angústias e dúvidas que rondam as pacientes com câncer de mama.