Muitas pessoas que sobreviveram ao câncer continuam com problemas para dormir mesmo anos após o diagnóstico da doença. Segundo estudo da American Cancer Society, isso é comum e acontece por medo do retorno do câncer ou angústia de um problema físico, emocional ou financeiro relacionado ao câncer. Essa pesquisa foi publicada na revista Sleep Medicine.
Até o momento, a maioria das pesquisas que avaliam os problemas de sono entre quem teve câncer foi limitada aos primeiros cinco anos após o tratamento. Por isso, os pesquisadores que participaram deste novo estudo decidiram analisar uma amostra de 1.903 sobreviventes de câncer (31% de câncer de mama) nove anos após o diagnóstico, com idade média de 64,5 anos. A qualidade e os distúrbios do sono foram avaliados pelo Pittsburgh Sleep Quality Index.
O que foi avaliado?
O grupo de pesquisadores avaliou como estava o sono dos sobreviventes e como o sono era afetado por quatro problemas relacionados com o câncer:
- Medo do retorno do câncer;
- Preocupações financeiras;
- Problemas físicos;
- Problemas emocionais.
Qualidade do sono após tratamento de câncer
Após analisarem as respostas dos participantes da pesquisa, os cientistas puderam concluir que:
- 21% relataram má qualidade do sono;
- 51% disseram que frequentemente tinham altos distúrbios do sono;
- 17% afirmaram ter problemas com a qualidade do sono e com os distúrbios;
- 28% relataram que tomavam remédios para ajudá-los a dormir.
Quando as pessoas que tomavam medicamentos para dormir foram retiradas da amostra do estudo, a associação entre problemas relacionados ao câncer e dificuldade do sono se tornou ainda mais forte.
A consequência mais comumente relatada de problemas relacionados ao câncer foi o medo de recorrência (64,8%), seguido pelo estresse físico (53,2%), estresse emocional (33,2%) e estresse econômico (29,8%).
Compreender a relação entre problemas relacionados ao câncer e sono pode ajudar os médicos a avaliarem e a tratarem distúrbios do sono em sobreviventes de câncer a longo prazo. Dificuldade para dormir pode levar a sérios problemas, como baixa qualidade de vida, depressão e incapacidade de realizar atividades diárias regulares.
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