A aspirina, famosa por ajudar a prevenir problemas cardiovasculares, está prestes a ganhar um papel importante também na luta contra o câncer. Um estudo publicado na revista científica Breast Cancer Research mostrou que o uso desse anti-inflamatório, pelo menos três vezes por semana, pode reduzir em até 20% as chances de uma mulher desenvolver câncer de mama. O tipo de câncer que apresentou a redução mais significativa foi o tipo mais comum – o HER2 negativo.
Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores analisaram dados de mais de 57 mil mulheres que responderam se tomavam regularmente aspirina e outros medicamentos semelhantes, além de perguntas sobre o seu estilo de vida, como tabagismo, peso, dieta e uso de álcool.
A dose de aspirina que se mostrou eficaz foi bastante baixa, de 81 mg – para se ter uma ideia, para o controle da dor ou da febre, a dose mais comum é de 325mg. Segundo os pesquisadores, algumas mulheres estavam usando outros medicamentos, como o ibuprofeno, que apesar de estarem relacionados com a aspirina, não diminuíram o risco do câncer de mama. Mulheres que fizeram uso da aspirina apenas de vez em quando, para dor de cabeça ou febre, também não tiveram a mesma proteção. O que vale é o uso contínuo.
Por que a aspirina reduz o risco
Primeiro, a aspirina tem fortes propriedades anti-inflamatórias, e acredita-se que a inflamação desempenhe um papel importante no desenvolvimento do câncer. Em segundo lugar, a aspirina pode estar agindo como um “inibidor da aromatase”, o que significa que ela reduz a quantidade de estrogênio no sangue – e o estrogênio tem se mostrado um combustível para vários tipos de câncer de mama.
Existem dados mostrando que, quando tomada regularmente, a aspirina reduz o risco de desenvolver vários tipos de câncer, como o de cólon. O problema é que seu uso prolongado pode trazer problemas, como sangramento gastrointestinal. Mas na indicação para reduzir os riscos de câncer de mama, dizem os pesquisadores, a dose recomendada, por ser baixa, é segura.
A aspirina, combinada com exercícios regulares, com uma dieta saudável, sem cigarros e sem excesso de álcool, pode diminuir significativamente o risco de uma mulher desenvolver tanto o câncer de mama quanto outros tipos de câncer.