7 recomendações para aliviar os efeitos colaterais da quimioterapia

De modo idêntico ao que acontece em outras opções de tratamento contra o câncer de mama, os efeitos colaterais da quimioterapia merecem a atenção necessária de médicos, pacientes e cuidadores.

Com as orientações adequadas, é possível manejar tais desconfortos, permitindo assim a manutenção da administração dos fármacos da maneira adequada, ao mesmo tempo em que se garante um patamar razoável de qualidade de vida.

Os principais efeitos colaterais da quimioterapia

Em resumo, a quimioterapia, uma das terapias mais utilizadas no tratamento do câncer de mama, emprega medicamentos orais ou intravenosos que visam destruir, controlar ou inibir a multiplicação das células doentes.

Ela pode ser administrada antes ou depois de outros tratamentos e tem como objetivo não apenas eliminar o tumor, mas reduzir a chance de que ele volte a se desenvolver no futuro, inclusive em outras partes do organismo.

No entanto, a toxicidade necessária dos medicamentos utilizados para destruir as células cancerígenas pode afetar a viabilidade daquelas ainda saudáveis.

Algumas das que mais são afetadas por isso são as responsáveis pelo crescimento dos cabelos, aquelas que trabalham nas defesas do organismo e as que compõem o trato digestivo. Dessa forma, entre alguns dos efeitos colaterais mais comuns estão:

• Fadiga.
• Queda de cabelo.

• Afinamento das unhas.
• Vermelhidão, ressecamento e coceira na pele.
• Náuseas e vômitos.
• Redução na imunidade.
• Infecções bucais.
• Maior risco de sangramentos (no nariz e nas gengivas, por exemplo).
• Mudanças no apetite, por conta, inclusive, de alterações na percepção dos sabores.
• Disfunções emocionais e cognitivas, incluindo dificuldade de concentração e problemas de memória.
• Dependendo do medicamento utilizado, podem surgir queixas similares àquelas experimentadas na menopausa, como ondas de calor, perda de libido e secura vaginal.

No entanto, nem todas as pacientes que fazem esse tratamento serão acometidas pelos mesmos efeitos colaterais. Os sintomas podem variar de acordo com a condição clínica da paciente e o tipo de medicamento utilizado em seu tratamento.

Saiba mais: Entenda o papel da quimioterapia neoadjuvante no tratamento do câncer de mama

As orientações mais comuns para gerenciar esses desconfortos durante a quimioterapia

A partir disso, quem vai passar pelo período de administração dos quimioterápicos deve saber que existem estratégias para, ao menos, minimizar parte dos efeitos colaterais. Os tópicos abaixo descrevem algumas dessas alternativas.

1. Repense suas refeições

Por mais que uma alimentação equilibrada seja indispensável para contribuir com a disposição durante o tratamento, algumas sensações desagradáveis podem dificultar a tarefa.

Portanto, se sintomas como náusea e vômitos surgirem, a recomendação inicial envolve criar porções menores para as refeições no dia a dia. Em vez de apenas três grandes pratos principais, pode ser mais proveitoso diminuir as porções e intercalá-las com lanches.

Além disso, há mulheres que se sentem bem comendo antes das sessões e outras não. De qualquer modo, escolha sempre alimentos de fácil digestão.

Após a quimioterapia, espere pelo menos uma hora para ingerir alimentos e mastigue-os bem. Alimentar-se em ambientes arejados ajuda a reduzir os aromas, que podem acentuar a sensação de enjoo e náuseas.

2. Encontre formas de compensar as mudanças no paladar

Diante das alterações na forma de sentir o gosto, busque preparar alimentos em que essa modificação pareça menor. Para algumas pessoas, a carne vermelha fica ruim, então vale a pena trocá-la por frango ou peixe, por exemplo.

Usar temperos (como ervas com aroma agradável, como salsinha, cebolinha, orégano, alecrim e manjericão) e ingredientes ácidos (como o suco de limão, desde que não haja feridas na boca) para realçar o sabor também ajuda.

Seja como for, não existe receita infalível para contornar esse efeito colateral. É importante ir testando o que funciona para cada caso. A boa notícia é que geralmente a sensação ruim desaparece junto com o fim do tratamento.

3. Mantenha a hidratação adequada

Ter como referência o consumo diário de pelo menos oito copos com o líquido é um bom começo. Para quem alcançar esse número for um desafio, é possível considerar outras fontes de hidratação, como chás, sucos sem açúcar e água de coco.

A única restrição é a ingestão de grandes quantidades de líquidos junto das refeições. Como eles preenchem um bom volume do estômago, podem piorar a sensação de náusea durante a alimentação.

Ao mesmo tempo, talvez seja hora de evitar preparados com cafeína (como cafés e refrigerantes), assim como bebidas alcoólicas.

4. Reforce os cuidados com a higiene

A destruição indesejada de células de defesa torna o organismo mais suscetível a infecções. Por isso, redobre a atenção com alguns aspectos para evitar o contato indevido com microrganismos nocivos.

Um deles é o cuidado com a aquisição, o armazenamento e o preparo das refeições. Todos os ingredientes e utensílios precisam ser devidamente higienizados. Além disso, o ideal é evitar sempre itens crus ou sem o cozimento ideal.

Adicionalmente, é importante cuidar da higiene pessoal (lavando as mãos com maior frequência, por exemplo) e da integridade da pele, precavendo-se de arranhões, cortes e feridas.

5. Separe o tempo adequado para o descanso

A fadiga está entre os efeitos colaterais mais comuns da quimioterapia, inclusive no longo prazo. Ela se diferencia do cansaço normal por ser persistente e, muitas vezes, não melhorar nem mesmo com o repouso adequado. Seja como for, algumas recomendações podem ser úteis diante dessa queixa.

Elas envolvem, dentro das limitações, a prática de exercícios físicos regulares e a adoção de uma rotina em que haja espaço suficiente para o descanso para obter a reparação necessária do ânimo.

Nesse sentido, dormir e acordar sempre no mesmo horário já ajuda muito na obtenção das horas de sono necessárias para sentir menos essa forma de cansaço.

6. Exercite o autocuidado com a mente

A redução da capacidade cognitiva ou até mesmo da memória e concentração é algo tão frequente entre pacientes com câncer de mama recebendo quimioterapia que recebe um nome: o chemobrain, termo em inglês resultado da união de chemo, de chemotherapy (quimioterapia) e brain (cérebro).

Estima-se que essa espécie de névoa mental atinja até 75% das pessoas atravessando esse tipo de tratamento, conforme publicação sobre o tema na International Review of Psychiatry.

Nessas horas, cada pessoa deve procurar formas de manter a mente afiada, na medida do possível. Reduzir o número de tarefas simultâneas, usar agendas com lembretes e se dedicar a atividades como ler, ouvir música e meditar pode ajudar bastante.

Além disso, nessa fase do tratamento, a autoestima pode ficar abalada devido à queda de cabelos ou mesmo diante da necessidade de uma cirurgia de remoção da mama. Isso só reforça a necessidade de cuidar dos aspectos ao longo do enfrentamento da doença.

7. Não hesite em conversar sobre essas questões com seu médico

A comunicação clara e transparente sobre tais sintomas indesejados junto ao profissional responsável pela prescrição é essencial.

É só a partir do relato da paciente que ele pode fornecer orientações personalizadas sobre como manejar cada um dos efeitos colaterais da quimioterapia, evitando assim uma interrupção indesejada do tratamento. Tal cuidado vale também para aqueles sinais que possam persistir no longo prazo, que também precisam ser abordados adequadamente.

Por falar nisso, entenda melhor como a qualidade de vida pode influenciar na tolerância ao tratamento quimioterápico.