O tratamento de um câncer é um processo delicado para o organismo do paciente diagnosticado. Mesmo após seu término e a cura, alguns sintomas relacionados ao período da doença podem persistir por até 10 anos.
Segundo dados levantados por uma meta-análise da University Medical Center Groningen, publicada na revista Medicine & Science in Sports & Exercise, um dos principais sinais relatados é a fadiga, já que 40% dos sobreviventes de câncer afirmam experimentá-la no dia a dia.
Por isso, a pesquisa se propôs a analisar os efeitos positivos da atividade física domiciliar de intensidade baixa a moderada para reduzi-la. Os pesquisadores utilizaram dados de 1.066 pessoas, entre 53 e 69 anos de idade, que completaram seu tratamento do câncer, das quais 77% eram mulheres com histórico de câncer de mama.
Base de dados
A meta-análise incluiu 11 estudos dos bancos de dados do PubMed, CINAHL, PsycINFO e Web of Science em que a atividade física não era supervisionada pessoalmente e que não incluía um regime de treinamento. Nove dessas publicações possuíam relatos específicos sobre a fadiga do câncer, com duas delas reportando sobre a relação também com ansiedade e depressão.
De acordo com os pesquisadores, a conclusão é de que a prática de atividade física em casa melhorou a fadiga por até 9 meses após a intervenção, principalmente quando acompanhada de um aconselhamento médico frequente.
Diante dos resultados, o vice-presidente de pesquisa do Instituto Americano de Pesquisa do Câncer, Nigel Brockton, PhD, declarou que os indícios de uma potencial melhora se mostraram muito mais fortes do que observados anteriormente. E que um acompanhamento frequente oferece uma intervenção adequada e eficaz para aliviar o sintoma.
Atividade física e câncer de mama
Como já é de conhecimento geral, a atividade física se associa com diversos benefícios para a saúde, como a redução do risco de doenças crônicas, inclusive do próprio câncer de mama. Além de se mostrar positiva contra a fadiga do câncer, segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), também atua positivamente na diminuição de outros efeitos colaterais, como linfedema, fraqueza, sintomas depressivos e ganho de peso.
Ademais, quando as atividades são iniciadas logo após o diagnóstico, com a liberação e supervisão médica e em uma intensidade de moderada a vigorosa, ainda reduzem o risco de mortalidade geral e específica pela doença.
Em conclusão, a prática de exercícios físicos é capaz de melhorar a qualidade de vida geral dos sobreviventes do câncer e possui resultados mais eficientes quando supervisionadas por profissionais de saúde.