Não é novidade que praticar atividade física regularmente é muito importante para se manter saudável. Mas, um novo estudo publicado no Journal of National Cancer Institute afirma também que fazer a quantidade mínima de exercícios recomendados tem benefícios na sobrevida e no menor risco de recorrência de câncer de mama.
De acordo com a pesquisa, praticar 2,5 horas por semana de exercícios, antes e depois do diagnóstico de câncer de mama, está associado a uma melhor sobrevida e a um menor risco de recorrência.
Como o estudo foi realizado?
Os pesquisadores analisaram 1.340 pacientes com câncer de mama com alto risco de recorrência inscritas no estudo Dieta, Exercício, Estilos de Vida e Prognóstico do Câncer (DELCaP). Todas as mulheres foram submetidas a cirurgia para remover o câncer, seguida de quimioterapia. Este estudo faz parte de uma pesquisa maior do SWOG.
Assim sendo, as pacientes preencherem questionários sobre seus hábitos. Desta forma, o grupo de pesquisadores analisou os níveis de atividade física das pacientes antes do diagnóstico, durante o tratamento e em intervalos de um e dois anos após a inscrição no estudo.
Os participantes foram acompanhados por até 15 anos ou até a morte, com um tempo médio de acompanhamento de 89 meses (7,4 anos). Com as respostas do questionário feito com as pacientes, os pesquisadores as categorizaram de acordo com as Diretrizes de Atividade Física nos Estados Unidos:
- Inativa;
- Pouco ativa;
- Moderadamente ativa;
- Ativa.
As diretrizes recomendam que os adultos pratiquem pelo menos 2,5 a 5 horas de atividade física de intensidade moderada ou 1,25 a 2,5 horas de atividade física aeróbica de intensidade vigorosa por semana.
É importante lembrar que a paciente com câncer de mama deve conversar com seu médico, que poderá analisar seu caso de forma personalizada, e dizer qual exercício é mais recomendado para seu caso. Não se deve fazer exercícios físicos sem uma avaliação do estado da saúde.
Impacto da atividade física em pacientes
Segundo a pesquisa, mulheres com câncer de mama que atendiam às diretrizes mínimas de atividade física antes do diagnóstico e no seguimento de 2 anos (após o tratamento) tinham um risco 55% menor de recorrência do câncer e 68% menor de morte por qualquer causa (não apenas câncer de mama) em comparação com aquelas que não cumpriram as diretrizes nos dois momentos.
Já entre as mulheres que não cumpriram as diretrizes antes do diagnóstico, mas sim depois, a chance de recorrência e morte foi reduzida em 46% e 43%, respectivamente. Isto é, nunca é tarde demais para começar a se exercitar.
“O que esses resultados sugerem para médicos e pacientes é que mesmo uma rotina de exercícios modesta, realizada após o tratamento do câncer, pode ajudar mulheres com câncer de mama de alto risco de recorrência a viverem vidas mais longas e saudáveis”, disse a autora do estudo Rikki Cannioto, professora assistente de oncologia no Roswell Park Comprehensive Cancer Center. “Nunca é tarde para começar a andar, praticar ioga, andar de bicicleta ou nadar”.
Portanto, o estudo sugere que a prática de atividade física é muito importante para pacientes com câncer de mama. Porém, é importante ter em mente que a atividade física não é o único fator que determina se o câncer de mama ocorrerá novamente, além de não ser o único determinante da morte.
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