Um estudo publicado na revista Sleep Medicine mostra que existe uma alta prevalência de sintomas de insônia em pacientes com câncer (49,4%) e, principalmente, entre pacientes com câncer de mama. Os resultados oferecem novas evidências de que a insônia relacionada ao câncer não desaparecerá sozinha.
De acordo com a pesquisa, até 10% dos adultos no mundo sofrem de insônia crônica, e os pacientes com câncer são particularmente propensos a isso. Para chegar a essas conclusões, os pesquisadores examinaram dados de 405 pacientes com câncer na Alemanha. Em média, os pacientes tinham 59 anos e completaram duas avaliações da gravidade da insônia: uma vez quando eles entraram no estudo e novamente um ano depois.
A maioria dos pacientes (83%) estava sendo tratada por um câncer pela primeira vez. Os demais tiveram uma recaída ou tumores secundários em um local diferente do câncer original. Os tumores mais comuns entre os pacientes analisados eram câncer de mama, câncer de próstata ou testículos e câncer colorretal.
Insônia é ainda mais persistente em mulheres
Segundo os pesquisadores, a insônia é um distúrbio comum em pacientes com câncer e, especialmente em mulheres, é persistente. No início da análise, 49% dos pacientes apresentavam sintomas de insônia e 13% tinham problemas de sono suficientemente graves para enquadrar na definição clínica de insônia.
Depois de um ano, 64% dos pacientes que começaram com insônia ainda apresentavam sintomas dessa condição que atrapalhar e muito a qualidade de vida.
Entre as mulheres as taxas de insônia eram maiores que os homens: 53,3% vs. 39,3%.
Esses dados mostram que a insônia não desapareça necessariamente com a evolução do tratamento do câncer. Por isso, é importante buscar ajuda adequada para tratar esse distúrbio do sono.
Qual é a relação de câncer com insônia?
O estudo afirma que insônia prévia, depressão e uso de drogas psicotrópicas, que atinge o sistema nervoso central, são preditores de insônia. Além disso, os níveis de ansiedade e sofrimento também mostram relação com problemas para dormir.
Sheila Garland, da Universidade Memorial de St. John’s, Newfoundland and Labrador, no Canadá, afirmou ao Medscape que os efeitos psicológicos de um diagnóstico de câncer e o impacto dos tratamentos são suficientes para causar problemas para dormir. “Mas outros comportamentos podem piorar o sono ou tornar mais provável que um problema de sono temporário ou de curto prazo se torne um distúrbio crônico e de longa duração conhecido como insônia”, explicou Sheila.
Se tiver interesse, leia algumas dicas para ajudar a dormir neste artigo.