Um modelo de rede neural profunda desenvolvido por pesquisadores suecos pode prever com maior precisão o risco de câncer de mama de uma mulher do que um modelo de risco padrão baseado na densidade mamográfica. Este é o resultado de um estudo publicado na Radiology e realizado por um grupo de pesquisadores suecos.
A alta densidade mamária é um fator de risco para câncer de mama, mas poucos modelos atuais de previsão de risco podem aproveitar as diversas informações das mamografias. O objetivo dos pesquisadores foi treinar com inteligência artificial (IA) uma rede neural profunda para que mais informações nas imagens mamográficas pudessem ser consideradas.
O novo modelo foi criado e treinado em mamografias de 2.283 mulheres, reunidas entre 2008 e 2012 no sistema do Hospital Universitário Karolinska. Ao todo, 278 mulheres foram diagnosticadas com câncer de mama. A idade da paciente no momento da mamografia (55,7 anos vs. 54,6 anos), a área densa (38,2 cm2 vs. 34,2 cm2) e a densidade percentual (25,6% vs. 24,0%) foram maiores entre as mulheres diagnosticadas com câncer de mama do que naquelas sem o tumor.
Taxa de falso-negativo foi menor com IA
Segundo o estudo, em comparação com os modelos baseados em densidade, a rede neural profunda desenvolvida pode prever com mais precisão quais mulheres estão em risco de desenvolver câncer de mama. E a taxa de falso-negativo para câncer mais agressivo foi menor. A pesquisa afirma que a taxa de falso-negativo para câncer de mama positivo para linfonodos foi de 31% no novo modelo de abordagem e 42% para o modelo baseado na área densa ajustada à idade.
Outro benefício claro dessa abordagem baseada na inteligência artificial é que ela não é limitada pela subjetividade e variabilidade inerentes às avaliações feitas pelo humano, afirmou Manisha Bahl, MD, do Departamento de Radiologia do Hospital Geral de Massachusetts, em um editorial relacionado.
De acordo com a principal autora Karin Dembrower, MD, radiologista da mama e candidata a PhD do Instituto Karolinska em Estocolmo, na Suécia, o próximo passo é testar o algoritmo em um estudo clínico prospectivo, que já está sendo planejado em Estocolmo, e combiná-lo com algoritmos para detecção computadorizada de tumores.
A pesquisadora afirmou à Reuters Health que no futuro, ela está “convencida de que as ferramentas de inteligência artificial serão introduzidas mais clinicamente, tanto para previsão de risco quanto para detecção de tumores. As ferramentas de IA provavelmente contribuirão com uma análise mais profunda das imagens, além de reduzir a carga de trabalho para radiologistas da mama “.