Em um artigo recente falamos um pouco mais sobre a quimioterapia, um dos tratamentos utilizados contra o câncer de mama. Hoje, vamos falar sobre a radioterapia na mama, que também é uma opção de tratamento de tumores mamários.
A definição do tratamento do câncer de mama envolve uma classificação bastante precisa de cada paciente. Dessa forma, ela inclui características do tumor e também as específicas da pessoa, como idade, se já entrou ou não na menopausa, se já teve outros tipos de câncer etc.
Enquanto para algumas mulheres, uma cirurgia simples pode resolver, para outras podem ser necessários outros tratamentos, que são prolongados, além de mudanças no estilo de vida. Nesse cenário, entra a possibilidade de realizar a radioterapia.
O que é radioterapia?
A radioterapia é um tratamento local, que usa radiação ionizante aplicada diretamente na mama. Mas o que é a radiação ionizante? Ela é uma onda eletromagnética com energia suficiente para fazer com que os elétrons sejam arrancados dos átomos e das moléculas. No tratamento do câncer, a radiação se dirige às células que se reproduzem rapidamente, como as do tumor, destruindo sua estrutura molecular.
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Em outras palavras, a radioterapia da mama tem o importante papel de neutralizar e destruir células de tumor que eventualmente tenham restado no local operado.
Tipos de radioterapia
Existem dos principais tipos de radioterapia que são utilizados para tratar o câncer de mama:
Radioterapia externa
Segundo a American Cancer Society, este é o tipo mais comum de radioterapia para mulheres com câncer de mama. Uma máquina concentra a radiação na área afetada pelo câncer. De acordo com a instituição, a definição da área que precisa de radiação depende de fatores que avaliam se a paciente fez uma mastectomia ou cirurgia conservadora da mama, e se o câncer atingiu ou não os linfonodos.
Por exemplo, se a paciente fez mastectomia e nenhum linfonodo estava comprometido, a parede torácica e os locais de saída dos drenos serão irradiados. Já se a paciente fez cirurgia conservadora da mama, será irradiada toda a mama para evitar recidiva.
Radioterapia intraoperatória
Esta radioterapia tem a vantagem de ser utilizada em dose única durante a cirurgia, dispensando a necessidade de se realizar mais radioterapia posteriormente. Mas deve ser utilizada com muito critério, tem indicações específicas e se restringe a um número pequeno de situações.
Quando a radioterapia da mama é necessária?
No caso do câncer de mama, a radioterapia geralmente é utilizada depois da cirurgia ou quimioterapia (se a quimioterapia não aconteceu antes da cirurgia). Ela faz parte do tratamento que o mastologista chama de “adjuvante”, ou seja, complementa esse tratamento. E isso aumenta sua margem de segurança, diminuindo a chance de a doença retornar localmente e, em muitos casos, contribuindo até para aumento da sobrevida.
Existem outras situações em que a radioterapia pode ser necessária também, como quando há metástase e o câncer tenha se espalhado para outras partes do corpo, como ossos ou cérebro.
Fatores que o mastologista verifica para indicar ou não a radioterapia
- Idade;
- Tamanho do tumor;
- Classificação patológica do tumor;
- Presença de linfonodos comprometidos
- Tumor era único ou se encontrava em várias regiões da mama.
Além disso, o mastologista também verifica as “margens”, ou seja, a região próxima do tumor, para verificar se está livre de células tumorais ou se está comprometida.
Dependendo dessas características, adicionar a radioterapia ao tratamento pode reduzir pela metade as chances de o tumor voltar no futuro. Mas, se o risco de uma paciente já é muito baixo, talvez não valha a pena adicionar mais esse tratamento, já que não faria diferença.
Além disso, no caso de pacientes com tumores maiores, linfonodos comprometidos e algumas outras características que indicam doença mais avançada, a radioterapia geralmente é indicada.
Já, de acordo com a BreastCancer.org, a radioterapia contra o câncer de mama não é uma opção se:
- A paciente tem alguma doença do tecido conjuntivo, como esclerodermia, pois torna o corpo muito sensível aos efeitos colaterais da radiação.
- A paciente está grávida.
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Depois que o médico explica para a paciente que a radioterapia é indicada para o caso dela, uma dúvida muito comum que surge é sobre quantas doses são necessárias e quanto tempo dura o tratamento.
Geralmente, a radioterapia para câncer de mama é um tratamento que se estende por três, cinco ou mais semanas. Pode ser aplicada numa dose de 42 a 50 Gy total, dividida em frações diárias, algumas vezes por semana. Então, é comum organizar o tratamento com cinco vezes na semana, com um descanso no final de semana.
Porém, cada serviço e equipe vai decidir a dosagem de acordo com a história e o tipo de mama de cada paciente.
Radioterapia dói?
O procedimento em si é indolor. No caso da radioterapia externa, é um procedimento muito parecido com o exame de raio-x, mas a radiação é mais forte. Cada sessão do tratamento dura apenas alguns minutos, mas o tempo de preparação geralmente leva mais tempo.
Efeitos colaterais da radioterapia na mama
A radioterapia provoca a maior parte dos efeitos colaterais localmente. Dessa forma, pode desencadear aumento da sensibilidade local, tanto mamária, quando após cirurgia conservadora, quanto na pele irradiada. Às vezes, o cansaço físico pode ser um efeito também que a paciente pode sentir. Em geral, costumam aparecer na 3ª semana de aplicação e desaparecer depois de algumas semanas do término do tratamento.
Na radioterapia cai o cabelo? Essa é uma dúvida muito comum entre as pacientes, pois este é um efeito comum da quimioterapia. Porém, é importante frisar que a radioterapia não provoca queda de cabelo.
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Veja abaixo alguns cuidados que podem reduzir as sensações desconfortáveis da radioterapia:
- Quando for tomar banho, lave a área que recebeu a terapia levemente, com água e sabão neutro, sem esfregar e use uma toalha macia;
- Não use na região tratada cremes, loções, talcos, perfumes nem qualquer outro produto que possa causar irritação;
- Não utilize sacos de água quente, fria, gelo, não frequente saunas ou tome banhos muito quentes;
- Use filtro solar com fator de proteção solar (FPS) maior que 15 até um ano depois do término do tratamento;
- Evite usar roupas apertadas;
- Não use roupas de tecido sintético, prefira as de algodão.
E lembre-se: converse com seu médico que é a melhor pessoa para tirar suas dúvidas.
3 Comments
Olá me chamo Lívia! infelizmente fui diagnosticada pelo câncer de mama.esse material me ajudou muito me deu clareza é firmeza sobre o tratamento do câncer.me sinto mas confiante na minha cura pois graça a Deus descobri no início.e nesse material eu aprendi muito pois sei quando eu for ao meu retorno com o meu médico mastologista tenho como tira minha dúvida com ele.
Desse de já meu muito obrigado a vcs que se dedica seu precioso tempo pra estudar pra estar sempre ajudando ao próximo mas necessitados.
Excelentes informações! !!!!
Ótimas informações. Agradeço.