Ficar grávida mais de uma vez é associado a uma menor probabilidade de câncer de mama ao longo do tempo. Nesse cenário, um novo estudo de pesquisadores da Escola de Saúde Pública Mailman da Universidade Columbia, em Nova York, e do Institut National de la Santé et de la Recherche Médicale, em Paris, confirma isso e reforça que o risco pode diminuir até mesmo para algumas mulheres com mutações genéticas que as colocam em alto risco para câncer de mama.
Os resultados da pesquisa foram publicados no Jornal do National Cancer Institute Cancer Spectrum. De acordo com os pesquisadores, foram analisadas mulheres com mutações em dois genes – BRCA1 e BRCA2 – que aumentam muito o risco de tumores de mama e ovário.
O estudo afirma que, com essas mutações, cerca de 70% das mulheres desenvolverão câncer de mama aos 80 anos. Porém, os pesquisadores dizem que a gravidez influencia o risco de tumor de forma diferente em cada mutação.
Para a análise, os pesquisadores examinaram dados de cerca de 8 mil mulheres com mutações BRCA1 e mais de 5.100 mulheres com BRCA2.
Gravidez e mutação BRCA1
Mulheres com mutações BRCA1 que tiveram dois bebês apresentaram redução do risco de câncer de mama em 21% se comparado com quem só teve um filho. Já ter três gestações foi associado a um risco de 30% menor de tumor na mama. E ter quatro ou mais foi associado a uma redução de 50%.
Ainda de acordo com o estudo, a idade em que as mulheres com mutação no BRCA1 se tornavam mães não influenciou o risco de desenvolver a doença.
Gravidez e mutação BRCA2
No entanto, no caso de mutações no BRCA2, o risco de câncer de mama só diminui com ao menos quatro gestações. “Nós vemos um padrão diferente de risco para as portadoras de mutações BRCA1 e BRCA2”, disse a principal autora do estudo, Mary Beth Terry, da Escola de Saúde Pública Mailman da Universidade de Columbia.
Além disso, com as mutações no BRCA2, as mulheres tinham um risco maior de câncer quando eram mais velhas no momento da primeira gravidez do que quando começaram a ter filhos mais cedo.
Além da gravidez, o estudo explica que a amamentação também teve impacto na redução do câncer de mama. Mais tempo amamentando foi associado com menos risco do tumor para portadores da mutação no gene BRCA1.
O estudo apresenta algumas limitações e ainda não tem evidências suficientes para que as mulheres decidam o número ou momento da gravidez. Mas ele mostra que a gravidez influencia as mutações e de forma diferente para cada mutação. Isso é diferente do que muitos acham e colocam os dois tipos de mutações como se tivessem comportamentos iguais.
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