O câncer de mama é o câncer feminino mais comum, afetando cerca de uma em cada oito mulheres durante a vida. Fatores ambientais, uso de hormônios sintéticos e mutações genéticas podem aumentar ainda mais esse risco.
Em um novo estudo, pesquisadores descobriram que uma proteína, chamada RANKL, tem um papel significativo no desenvolvimento do câncer de mama entre as mulheres que apresentam uma mutação no gene BRCA1. Mulheres detectadas com a mutação nesse gene têm 87% de chances de ter a doença ao longo da vida.
Publicada na revista científica Cell Research, a pesquisa mostra que a doença pode ser prevenida se essa proteína for bloqueada. O dado mais positivo dessa descoberta é que existe um medicamento, o Denosumab, indicado para tratamento da osteoporose e do câncer de mama metastático nos ossos, que pode também ser indicado para prevenção da doença nas mulheres que apresentam a mutação.
Até agora, a única maneira de reduzir o risco da doença, nesses casos, era submeter a mulher à cirurgia para retirada das mamas, mas isso pode implicar também possíveis complicações pós-operatórias.
Como age a droga
Todas as mulheres, durante a gravidez e o ciclo menstrual, produzem um hormônio que faz com as células da mama cresçam. O problema é que, quando desregulado, esse hormônio faz com as células comecem a se dividir e a se multiplicar, e não morram quando deveriam. É isso que aumenta a chance de surgimento da doença.
Aí entra o papel do Denosumab. Ele impede a ação da proteína RANKL, que atua sobre esse hormônio, nas mulheres que têm a mutação genética. Outra vantagem do medicamento é que ele apresenta poucos efeitos colaterais.
Independentemente da cirurgia ou do uso de medicamentos, toda mulher deve fazer mensalmente o autoexame das mamas; realizar o exame com um profissional, de duas a quatro vezes por ano; e fazer a mamografia ou ressonância magnética das mamas pelo menos uma vez ao ano.