Mulheres diagnosticadas com câncer de mama precisam receber orientação específica para ajustar a alimentação durante o tratamento oncológico.
Acima de tudo, elas devem seguir um cardápio saudável, que permita a ingestão adequada de nutrientes para fortalecer o organismo, dar disposição e contribuir para o restabelecimento da saúde, minimizando os possíveis efeitos colaterais das terapias implementadas.
O cuidado com a alimentação durante o tratamento oncológico
De acordo com o Instituto Nacional de Câncer, alimentar-se adequadamente é um passo importante para o sucesso do tratamento.
Apesar disso, algumas intervenções contra o tumor da mama, como quimioterapia e terapia hormonal, causam alterações que atrapalham o apetite. Em paralelo, o efeito emocional de enfrentar um câncer também afeta o comportamento alimentar ou mesmo dificulta o preparo das próprias refeições.
Cada paciente pode reagir de formas diferentes e apresentar demandas específicas. Portanto, é essencial consultar o médico para uma orientação nutricional individualizada, sobretudo para evitar cenários de desnutrição relativamente comuns em tais circunstâncias.
Seja como for, a alimentação durante o tratamento de um câncer de mama deve ser balanceada, contendo os principais grupos de alimentos nas porções adequadas. Para isso, os seguintes hábitos alimentares são um excelente ponto de partida:
- fazer de cinco a seis refeições diárias, a cada três horas;
- comer devagar e mastigar bem os alimentos;
- beber pelo menos dois litros de água por dia;
- incluir diariamente frutas, verduras e legumes nas preparações;
- trocar temperos prontos (caldo de carne e de galinha em cubos) pelos naturais (cebolinha, salsa, orégano, coentro, louro, entre outros);
- moderar o consumo de fritura, gordura e produtos industrializados.
Nesse contexto, tais recomendações são pertinentes para comer bem e permanecer forte, dentro do possível, fornecendo ao corpo os nutrientes necessários.
As principais dicas para reduzir o impacto do tratamento sobre a alimentação
Antes da introdução de qualquer nova etapa do tratamento, vale a pena conversar com o médico sobre o que esperar da abordagem, inclusive no que diz respeito aos efeitos colaterais possíveis.
Muitos deles estão associados ao trato gastrointestinal e a reações que podem impor obstáculos sobre a forma como a mulher se alimenta ou mesmo sente fome.
Falta de apetite
Algumas terapias, como o uso de quimioterápicos, podem causar inapetência alimentar. Para reduzir o efeito e ampliar a capacidade de ingestão de alimentos, talvez seja necessário:
- fazer pequenas refeições com intervalos de tempo menores entre elas (de duas em duas horas em vez de três);
- não pular refeições;
- escolher alimentos de fácil mastigação, como mingaus, sopas e vitaminas;
- variar os pratos ou investir em refeições que despertem algum desejo alimentar.
A prática de exercícios físicos, mesmo durante o tratamento, é outra recomendação importante nessa hora. Movimentar o corpo eleva a demanda por energia e aumenta o apetite.
Vômitos e enjoos
Esse é outro desconforto bastante comum, principalmente nos dias seguintes às sessões de quimioterapia. Para minimizá-lo da melhor maneira possível, é fundamental:
- não ficar muito tempo sem comer;
- não se deitar após as refeições;
- mapear quais alimentos pioram a sensação de enjoo (como frituras, itens gordurosos, muito quentes, com odores fortes ou picantes).
Em paralelo, alimentos gelados e ácidos podem aliviar a queixa. Lamber cubos de gelo antes das refeições, tomar sorvete de frutas cítricas e beber sucos ou vitaminas bem gelados são saídas válidas. Além disso, arejar o espaço onde se come também ajuda a minimizar as náuseas relacionadas aos odores.
Alterações no paladar e no olfato
Muitas vezes a redução na ingestão alimentar acontece devido a efeitos colaterais que deixam os alimentos com cheiro e gosto ruim (geralmente lembrando algo metálico, amargo ou sem qualquer atratividade). Nesses casos, algumas soluções são:
- incluir comidas azedas nas refeições, preparadas com limão, ou usar temperos como orégano e alecrim;
- evitar carne vermelha, que tende a ter uma alteração significativa no paladar;
- testar opções de alimentos mais palatáveis;
- usar talheres de madeira ou plástico e não de metal;
- adicionar rodelas de limão à água, caso o líquido também esteja com gosto estranho.
Sensação de boca seca
Desconforto causado principalmente pela quimioterapia e pela radioterapia. Em alguns casos mais graves, a secura excessiva causa lesões na mucosa oral que dificultam ainda mais a alimentação. Para reverter tal estágio é fundamental:
- aumentar a ingestão de líquidos;
- adicionar molhos e caldos à comida;
- evitar alimentos secos, duros e crocantes;
- consumir frutas cítricas e com alto teor de líquidos, como abacaxi, laranja e morango;
- chupar balas e picolés (de preferência sem açúcar).
Dificuldades para mastigar e engolir
Além da falta de saliva, que causa a boca seca, os movimentos necessários para conduzir os alimentos pela garganta podem se tornar mais difíceis. Nesses casos, as melhores dicas são:
- usar um canudo para beber;
- evitar alimentos duros e de difícil mastigação;
- escolher pratos com textura macia ou líquida, como ensopados, suflês e purês.
Leia também: Qualidade de vida da paciente pode influenciar na tolerância ao tratamento oncológico, mostra estudo.
Disfunções gastrointestinais (diarreia e constipação)
Em todos os casos, a ingestão de água deve ser fortalecida. Na constipação (prisão de ventre) é indispensável também aumentar as fibras na dieta. Elas são encontradas em frutas, legumes, verduras e cereais integrais.
Se a diarreia se faz presente, o ideal é evitar bebidas alcoólicas ou ricas em cafeína, pratos com muita gordura ou qualquer alimento que acelere o trabalho do intestino. Já ingredientes ricos em amido (como pães, batatas e bolacha de água e sal) podem reduzir o desconforto.
Lembre-se de discutir com o médico responsável sobre cada uma das recomendações específicas. Além disso, ele pode prescrever remédios que ajudam em determinadas circunstâncias. Com isso, a alimentação durante o tratamento oncológico tem mais chances de cumprir seu papel fundamental para uma plena recuperação.
Para saber mais, confira agora 7 dicas para aliviar os principais efeitos colaterais da quimioterapia
1 Comment
Boa noite ! Muito importante as recomendações e dicas de alimentos , minha irmã está com câncer de mama eu vou cuidar da alimentação dela ,preciso ser criativa e muito positiva no preparo dos alimentos.
Muito grata pelas sugestões!