Cerca de 1 em cada 5 casos de câncer de mama é carcinoma ductal in situ (CDIS), de acordo com a American Cancer Society. MasO câncer de mama é uma preocupação significativa para a saúde das mulheres em todo o mundo. Porém, nem todo caso dessa doença é igual. Nesse contexto, o chamado carcinoma ductal in situ (CDIS) desperta uma série de dúvidas específicas.
A definição do que é um carcinoma ductal in situ
De acordo com a American Cancer Society(a Sociedade Norte-Americana do Câncer), aproximadamente um em cada cinco casos de câncer de mama é um CDIS. Portanto, ele não é tão raro, ressaltando a importância de compreender profundamente a condição, incluindo seus métodos de diagnóstico e opções de tratamento.
O carcinoma ductal in situ, também conhecido como carcinoma intraductal ou câncer de mama em estágio 0, é caracterizado pelo crescimento anormal de células no interior dos ductos mamários, mas sem que haja invasão do tecido mamário das regiões próximas.
É daí que vem o termo “in situ“. Essa expressão do latim significa “no lugar” e ilustra justamente o fato de que o tumor ainda está restrito a uma parte específica do corpo.
Os ductos mamários, vale lembrar, são uma espécie de rede de túneis interligados dentro da mama. Em resumo, eles são responsáveis pelo transporte do leite durante a lactação.
Nesses casos, as células anormais proliferam dentro destes ductos, mas não penetram suas paredes nem entram em contato com os vasos sanguíneos e linfáticos presentes na mama. Portanto, em um primeiro momento, ele não tem capacidade de se tornar metástico, ou seja, de se espalhar para outros órgãos do corpo.
De todo modo, eventualmente, um tumor in situ pode se transformar em uma doença invasiva, fazendo com que ele adquira a capacidade de progredir em direção a outros tecidos.
Câncer in situ x câncer invasivo
Diferentemente de um tumor restrito a um determinado local, os casos de câncer invasivo da mama têm como característica o fato de que as células já passaram a se espalhar por outros tecidos próximos da região.
Isso inclui os vasos sanguíneos e linfáticos da área da mama. Com isso, as células de um tumor invasivo têm muito mais facilidade em se disseminar por outras partes do corpo, elevando a chance de recidivas distantes e metástases.
O que causa o carcinoma ductal in situ?
Como vários tipos de câncer, não é possível determinar de forma isolada o que causa um carcinoma ductal in situ. No entanto, é possível apontar alguns aspectos que podem influenciar no risco de uma mulher desenvolver a condição. Entre eles estão:
- Histórico familiar (com mãe ou irmãs que apresentam a doença) e a presença de determinadas mutações genéticas.
- Hábitos de vida pouco saudáveis, como o consumo excessivo de álcool, o tabagismo e uma dieta desregulada (inclusive por conta do peso acumulado).
- A idade, já que a chance de aparecimento desse tipo de tumor aumenta depois da menopausa.
- Menstruação precoce (antes dos 12 anos) ou menopausa tardia (depois dos 55).
- Alta densidade mamária.
- Nunca ter engravidado ou ter feito isso depois dos 30.
- Exposição a determinados tipos de terapia hormonal.
É importante lembrar que ter um ou mais destes fatores de risco não significa necessariamente que uma pessoa desenvolverá CDIS. Da mesma forma, pessoas sem fatores de risco conhecidos também podem desenvolver a condição.
Esse tipo de quadro provoca sintomas?
Uma característica importante do CDIS: na maioria dos casos, ele não causa sintomas perceptíveis. Isso reforça a importância dos exames de rotina, particularmente as mamografias. Por meio delas, a chance de uma detecção precoce aumenta substancialmente.
Seja como for, em alguns quadros, a paciente com esse tipo de carcinoma pode notar determinadas alterações. As mais comuns são:
- Caroço na mama palpável.
- Espessamento do tecido da mama.
- Presença de secreções pelo mamilo, às vezes com traços de sangue.
Como tais sinais também estão presentes em outras condições, tanto benignas quanto malignas, qualquer mudança na mama deve ser avaliada por um profissional de saúde (como um mastologista).
Quais os caminhos adequados para o diagnóstico?
Justamente pela ausência de sintomas, boa parte dos casos de CDIS tem a suspeita inicial identificada por meio de uma mamografia de rotina.
Adicionalmente, o médico pode solicitar outros exames de imagem (como ultrassons ou ressonâncias), mas a biópsia posterior é indispensável para uma confirmação definitiva.
Com o exame, o médico também consegue analisar o tipo e grau do CDIS, o comprometimento das margens e o status dos receptores hormonais. Outro fator que interfere no estágio desse tipo de tumor é quanto as células cancerígenas se assemelham àquelas consideradas saudáveis.
Esses carcinomas estão se tornando mais comuns?
Existem evidências de que antes da adoção das mamografias como estratégia de rastreamento, os carcinomas ductais in situ só eram identificados de forma acidental durante as biópsias do tecido da mama. Por isso, na década de 1970, eles representavam menos de 1% de todos os cânceres.
O aumento na detecção do CDIS não significa necessariamente que a doença esteja se tornando mais comum, mas sim que estamos ficando melhores em detectá-la em seus estágios mais precoces.
Contudo, a detecção antecipada é crucial, pois permite o tratamento antes que o CDIS possa progredir para quadros mais agressivos de câncer de mama.
Confira também: Atividades físicas de curta duração também podem contribuir na prevenção do câncer, mostra estudo.
Quais as opções de tratamento para o carcinoma ductal in situ?
O tratamento é sempre pensado de forma individualizada, levando em consideração fatores como o tamanho e grau do tumor, a presença de receptores hormonais, a idade e saúde geral da paciente e, por fim, suas preferências pessoais. De todo modo, as principais opções de tratamento para um CDIS variam entre:
- Uma cirurgia conservadora da mama, em que pouco tecido é removido ao redor do tumor, seguida de radioterapia, na qual a radiação é utilizada para evitar que a doença volte.
- Uma mastectomia, que visa a remoção completa da mama e costuma ser indicada quando a lesão é muito grande ou está disseminada em várias partes dos ductos mamários. Há a opção da posterior reconstrução mamária.
Em geral, com o tratamento adequado, o prognóstico para essas pacientes costuma ser muito bom, garantindo boas chances de sucesso na eliminação do foco do tumor.
Todavia, o acompanhamento regular depois disso é essencial. Normalmente são recomendadas mamografias anuais e, em alguns casos, o uso contínuo de terapia hormonal preventiva.
Além disso, a adoção de um estilo de vida saudável, incluindo dieta equilibrada, exercícios regulares e abstinência do tabaco, pode ajudar a reduzir o risco de recorrência ou desenvolvimento de novos cânceres.
Tais orientações são importantes principalmente quando se considera que o diagnóstico de um carcinoma ductal em algum momento da vida eleva a chance de uma forma mais invasiva da doença no futuro, conforme estudos sobre o tema já demonstraram.
Para fortalecer a prevenção de doenças na mama, confira quais são os principais fatores de risco para esse tipo de problema.
23 Comments
sim fiquei esclarecida por agora espero a cirurgia
Obrigada,pelo matéria.tirou as minhas dúvidas
Olá, Elenice, ficamos felizes que o texto tenha ajudado a esclarecer dúvidas. Aqui no site temos também uma série de vídeos ilustrados com explicações de diferentes conceitos sobre câncer de mama: https://silviobromberg.com.br/jornada-cancer-de-mama/
Bom dia. Fiz mamografia que detectou um tumor. O laudo da biopsia é CARCINOMA DUCTAL IN SITU nível 3. Como não é pequeno farei a mastectomia, cirurgia agendada para abril de 2021. Ainda não sei qual será o tratamento após a cirurgia. Que Deus me proteja nesta cirurgia. Gostei muito das informações do texto. Obrigada.
O da minha mãe deu o mesmo resutado,Deus abençoe vcs q tudo dará certo!!
Espero que tenha se recuperado e hoje esteja bem. Abraços.
Gostei muito,né tirou minhas dúvidas, fiquei um pouco mas aliviada.
Olá, Valeria, ficamos felizes que o conteúdo tenha esclarecido suas dúvidas.
Oi!! Como vc esta??? Qual o tratamento vc fez pós mastectomia?
Boa noite amiga deu certo sua cirurgia? como esta sendo seu tratamento pois cirurgia ?foi presizo radioterapia ou quimioterapia.?
Oi eu gostaria de saber como você está apos a cirurgia? Eu fiz uma igual dia 20 de agosto estou em recuperação e esperando o resultado da biopsia por favor como foi com você?
Olá Francisca…Tudu bem?
Gostaria muito de saber como vc está….já está bem recuperada?
Espero que tenha se recuperado e hoje esteja bem. Abraços
Francisca, como está seu tratamento?
Também estou nessa e gostaria de saber como foi sua recuperação.
Boa tarde bem esclarecedor agora e só esperar pela cirurgia
Olá, Regina, ficamos felizes que o artigo tenha ajudado a esclarecer dúvidas.
Olá, Francisca, ficamos felizes que o conteúdo a tenha ajudado.
Sim consegui entender melhor minha situação agora já tirei o nódulo e um espaço de tecido espero ficar curada
Olá, Adriana, fico feliz que tenha gostado do conteúdo. Leia mais artigos sobre câncer de mama aqui no blog: https://silviobromberg.com.br/
Bom dia. Consegui entender melhor minha doença. Agradeço a publicação. Foi muito esclarecedora. Vou marcar consulta com o médico semana que vem. Ainda não sei qual será o tipo de tratamento. Estou tranquila.
Olá, Mônica, ficamos felizes que tenha gostado do conteúdo. Boa sorte em seu tratamento!
Olá! Meu nome é gleici tenho 43 anos, descobrir através de uma mamografia de rotina, que estava com calcificações agrupadas. Fui encaminhada p a médica da Mastologia. Realizei biópsia a qual fui diagnosticada com TU in sito. Realizei a cirurgia e graças a Deus não atingiu outras partes. Fiz 10 sessões de radioterapia e agora estou fazendo hormonioterapia. ( tamoxifeno 20mg) Deus me abençoou por ter descoberto no início. Mulheres façam sempre os exames necessários!🙏11/09/2024
Agradecemos por compartilhar o seu relato, Gleici.