Mulheres com câncer de mama em estágio IV positivo para o receptor epidérmico humano (HER2 +) e que passaram por uma cirurgia para remoção do tumor primário viveram mais tempo do que as que não foram submetidas à cirurgia. Estudo indica que elas tiveram um risco de morte reduzido em 44%. A pesquisa foi apresentada na Reunião Anual da Associação Americana de Pesquisa do Câncer (AACR).
O câncer de mama em estágio IV é o metastático, ou seja, que se espalhou para outras partes do corpo. De acordo com os pesquisadores deste estudo, entre 20% e 30% de todos os cânceres de mama metastáticos recentemente diagnosticados são positivos para HER2.
“Isso sugere que além da terapia padrão do HER2 e outros tratamentos adjuvantes, se uma mulher tem câncer de mama HER2+ em estágio IV, a cirurgia para remover o tumor primário da mama deve ser considerada”, disse uma das autoras do estudo Sharon Lum, diretora médica. do Centro de Saúde da Mama na Universidade Loma Linda, na Califórnia.
Como o estudo foi realizado
Nos últimos anos, a maioria dos pacientes com câncer de mama HER2+ foi tratada com quimioterapia, terapia hormonal ou terapias direcionadas às características específicas deste câncer. Em alguns casos, a cirurgia é oferecida a esses pacientes, mas pesquisas anteriores sobre a cirurgia e sobrevida revelaram resultados diferentes.
Por isso, os pesquisadores decidiram analisar a relação da cirurgia com a sobrevida. Para isso, eles realizaram um estudo com 3.231 mulheres com a doença, usando registros do National Cancer Database de 2010 a 2012.
Análise dos tratamentos de câncer de mama no estudo
As mulheres no estudo receberam os seguintes tratamentos:
• 89,4% foram tratadas com quimioterapia ou terapias direcionadas;
• 37,7% receberam terapia hormonal;
• 31,8% passaram por radiação.
Ao todo, 1.130 mulheres, ou seja, 35% passaram também por cirurgia para remover o tumor primário de câncer de mama. E as que realizaram a cirurgia (56 anos) eram, em média, mais jovens do que as que não fizeram (59 anos).
Após acompanharem os dados das mulheres por alguns anos, foi possível ver que a cirurgia estava associada a um aumento de 44% na chance de sobrevida. A sobrevida foi cerca de 25 meses para mulheres que tiveram cirurgia. Enquanto as que não passaram por operação a sobrevida foi de 18 meses.
Sharon Lum, autora do estudo, ressalta que este é um estudo retrospectivo e pode não ser totalmente representativo. Mais pesquisas serão necessárias para confirmar o benefício de sobrevida sugerido por este estudo.
A decisão de passar por uma cirurgia
Os pesquisadores disseram que vários fatores podem contribuir para a decisão de um médico em recomendar cirurgia, incluindo comorbidades, resposta a outras formas de tratamento e expectativa de vida em geral. Além disso, a decisão de passar por uma cirurgia pode muitas vezes afetar a saúde física e emocional da paciente, o que também deve ser considerado e conversado.
Achou o artigo interessante? Confira outros textos sobre tratamentos para câncer de mama aqui!